quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Para a semente de meu avô

Pensei em lhe escrever, quando o Pedro ganhou da Tuka, uma semente que te lembra muito, mas acabei deixando pra lá. Só que hoje, ao revê-la jogada no chão de casa, não pude resistir.
Era nos bolsos das calças sociais, na gaveta do criado mudo, ou na carteira, que sua imagem habita minha memória afetiva.
Agora, o Pedro está aqui do meu lado. Pedi que pegasse a sua semente e foi como se tocássemos uma lembrança. Fico muito feliz em ter a oportunidade de partilhar isso – te comunico aqui um prazer. Lembro que tu eras como um amuleto – acesso a minha genealogia dos fetiches  -, um fetiche  no sentido original da palavra: que é feitiço. Saiba que eu carrego cristais e pedras na carteira – Dionísio tem um pé nessa raiz -, por isso, lhe escrever muito me agrada, pois é como se me reescrevesse. Carregar estes feitiços muito me conforta e amaina o peito – consigo caminhar um passo tranquilo sobre a terra – sempre um passo a mais.
Me despeço de seu anteparo, aproveitando pra dizer que o Pedro – que é meu cúmplice nesse reencontro fundante -  também quer lhe escrever neste postal que te enviao para compartilhar a nossa situação.   

Muito obrigado por habitar o nosso imaginário;

Dos seus, Bruno e Pedro Henrique Pastore





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