segunda-feira, 28 de outubro de 2013

# Medidas Práticas de Cosmicidade:


1a - encostar a nuca nas costas e observar a cratera, respirando fundo encarando o firmamento.

2a - Observar as plantas que nascem nas frestas: analisar suas folhas e verificar nelas o que temos de planta - Comparar com a palma de nossas mãos.

3a - Tomar sol com as palmas das mãos viradas para cima para absorver maior energia(vitamina D): aplicar após observar as plantas e ter amizades com lobos.

4a - Ao chegar em casa à noite, antes de adentrá-la, encarar o céu e mirar as estrelas, uma por uma e respirar fundo como se tentasse sugá-las com o nariz- Em dias de baixas e pilhagens, tente contá-las e verás que o impossível existe.

5a - Atrair para si palavras como Azul, Aberto, Vasto e Grande.
(obs: só falar palavras benfazejas e na dificuldade de nosso tempo em realizar tal façanha, lembrar da lesma que constrói sua casa com a própria substância de sua saliva)

6a - Andar descalço sentindo o movimento da terra girando nos pés.

7a - Deitar no chão e sentir a curva do mundo.
(fazer com o céu estrelado mata duas numa só)

8a - Olhar com atenção as formigas e em seguida os pedreiros trabalhando para  verificar a lógica do mesmo.

9a - Ir no alto de uma montanha e ler poemas, sutras,  trechos de grandes livros, preceitos Hindus ou evocar cânticos e glossolalias(no caso de se querer esbarrar o feminino da divindade) em voz alta para treinar a expressão verbal em seu limite. Praticar em praias desertas gritando mais alto do que o estrondo das ondas surte o mesmo efeito. Nas grandes cidades, fazer em  terrenos baldios ou no vácuo entre os prédios - na cidade, jamais perder a oportunidade do eco.  

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prece

Imago-mundi na instauração de uma nova matéria se exprimindo na voz Originária do Espírito de uma maneira própria de exprimir e organizar o mundo invertendo o simulacro do primeiro estágio do pensamento humano indo de encontro ao Pastore deste bruno sendo sempre um Homem ressurgido nesta conversão da experiência originária que refunda o Real e estabelece uma nova Postura despontando e valendo-se da expressão do Espírito na condição de uma nova Postura no mundo.


Mundo novo

Joseph Cristo
Leonilson do Rosário
Arthur Bispo de Assumpção 
Itamar do Espirito Santo
Rubens Elke Maravilha
Antonin Gentileza
Profeta Golias
Ronald Artaud
Jesus Beuys
Rimbaud Adão
Neguinho Holderlin
Scardanelli Z/O
   

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Holderlin aos Jovens Poetas

Irmãos, talvez a nossa arte amadureça em breve,
     Depois de uma tão longa fermentação juvenil.
     Com certeza atingirá essa beleza serena
Se permanecerdes abertos ao sagrado.

Deveis amar os deuses, e pensar com toda benevolência nos mortais.
  Detestai o excesso, assim como a frieza.
  Guardai-vos de ensinar, de descrever.
Se qualquer mestre que venha a surgir vos fizer medo,
    Tomai conselho com a natureza.

#

# Movimento que se dá no poeta:

 “dificilmente o que habita perto da origem abandona o lugar”: em Holderlin

“Todos os caminhos – nenhum caminho/Muitos caminhos – nenhum caminho/Nenhum caminho – a maldição dos poetas”: em Manoel de Barros


Não se dá em linha reta, não vai em direção oposta ao centro(centrifugo), e nem em direção a ele(centrípeto), não gira em volta dele e seguindo em linhas infinitas a partir dele, no perímetro convexo – ou seja, por fora do centro –  em toda superfície, vindo do interior, projeta e emite, retomando-o e recolhendo-o novamente para si, gerando fluxos e influxos de partículas emissoras emitidas de múltiplas maneiras em torno de si mesmo, como fazem comummente todos os corpos naturais.

Movimento notório às substâncias que tem qualidades de extrema sensibilidade:

Fogo que se aquece por todos os lados e o seu meio ao redor se ilumina em todas as direções
O som e a voz que toma seu redor de maneira homogênea.

O que diferencia o poeta dos outros corpos naturais?: N A D A.

Em Epidermias de Ângela Castelo Branco  o encalço desta encruzilhada é seguido, perfurando e amaciando a essência em prol de renová-la:

“Na costura dos silêncios, recebe-se a missão de ser poeta.
Aceita-se ou não.”

Aceitação aqui é a palavra para descrever a substância que se move no criador e o faz emitir a fim de dizer e partilhar aquilo que lhe move e é extremamente sensível.

Edson e a lâmpada.

Leonardo e a asa de morcego costurada no dorso do lagarto.

A necessidade de atravessar sem molhar meus alimentos e a construção da ponte.

Para emitir estas partículas, é produzido um tipo de aparência, simulacros e acidentes sensíveis que se propagam ligados, mesmo quando afastados de suas substâncias centrais e estruturais.

*via para verificar o nível de acesso à “Origem estrutural” e como este acesso pode ser transmitido e compartilhado: Poema aqui é se dar em níveis de acesso à essa “Origem”: 
Abertura ancestral(Racho), Imagem Verdadeira(Buda), Espírito Universal, Célula Mãe(hematopoiesis), Grande Mãe Natureza, dependendo da Aceitação e em que  nível ela acessa e pode ser transmitida e partilhada.

Estas partículas emitidas e emissoras, são emanadas e emanam tal como coisas que ficam guardando seu cheiro por muitos anos, concentrando em si memórias, em despeito de seu pouco volume e leveza:

Caixinha com joia dentro, frasco de vidro vazio, garrafa de refrigerante de vidro, alfarrábio, cheiro de roupa guardada e de mofo, foto velha, selo postal, poney e o matadouro de cabras, cheiro das primeiras vaginas, convite para um sorvete, cadernos de desenho antigo, unha riscando a lousa, aquele filme, gosto de água, mato que pinica a perna, skate tubarão, livro de seres imaginários e por último a maior, a nudez.

Movimento esse que emana qualidades e virtudes sensíveis na atmosfera de maneira esférica e volátil, operando sobre o corpo e os sentidos, mas também sobre as profundezas do espírito atingindo lugares recônditos onde induz afetos e paixões.

Isso é evidenciado em ervas, raízes e minerais e é o mesmo que acontece com os fascínios do olhar e nas operações ativas e passivas do golpe de um mal olhado, grande e gordo e e também em dragões que matam homens com a força do olhar penetrante.(outdoors e mensagens subliminares)

São por esses movimentos que o poeta troca de pele e muda de rosto e de corpo alterando seu estado constantemente, sem poder cessar.

 São essas operações naturais que atuam em todos os corpos de maneira sensível e que nele se dá sem bloqueios, pois ele sabe dessas metamorfoses como ninguém e cuida, trabalha, respira nelas respeitando-as, mas sem se submeter inteiramente a elas, cocriando com elas formas de estar em estado de SERSENDO .

Submetido a essa Metamorfose correspondente ao Corpo Etéreo, ele se faz mutante frente ao corpo social, trocando subitamente de estado sem se fixar ao estabelecido, recriando um lugar que seja sistematizado e imposto por ele, num traquejo similar a um equilibrista que se mantém tensionado na corda bamba, permanece no antes do moldado, no lugar que molda e sabe que a palavra é uma massa mole, o cérebro é uma massa mole, o corpo é uma massa mole e que a matéria e a realidade de qualquer espécie, segue as leis regidas por uma força anterior que esculpe todas as outras que lhe sucedem.

E afirma ao Corpo Etério: somos um só, atuo conforme suas leis, sou regido por aquilo que te rege, atuo naquilo que nos orquestra nessa grandiosidade, respiro essa grandiosidade,escuto muito obrigado!

E afirma ao corpo social: o que imponho a mim mesmo, é levado mais a sério por todos, do que o que me é imposto por constrangimento, estamos juntos, somos um só perante esse aberto que rege.

E afirma ao corpo: Muito Obrigado ferramenta potente, seguimos aquilo que nos move sem distinção, somos colados, por isso nos compreendemos, você me respeita e eu te respeito, juntos trabalhamos e seguimos esta orquestra divina, somos Amorfos, Moventes, por isso vivemos em Harmonia.

Tomado por essa corrupção que atinge todas as coisas de maneira natural, não sendo essa mutação mais do que alteração e dissolução, vive o risco desse movimento, na Aceitação que faz ver, ouvir e falar contra qualquer tipo de negligência.

Piloto do Caos: Poeta que atua sem medo de vestir as Sete Peles.

Apontamento do RISCO: movimento vivo que cresce e se revigora enquanto a atração (influxo) dos elementos compatíveis excede a dispersão e o escoamento (efluxo) e envelhece e decresce enfraquecendo-se quando o influxo dos elementos estranhos e o efluxo das partes naturais se intensificam.

Escritura, Velhice, Loucura, Morte e o outro lado dentro desse mesmo: no fim e em momento mais produtivo sempre a corrupção atinge as coisas, não sendo a Mutação mais do que alteração ou dissolução.

Me cerco de tudo que preciso para dispersar e emanar a essência, na medida de Vida,  observo isso no Grande e vejo em que momento estamos nesse movimento divinatório.

  
 










Revisita


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A voz é sempre divinatória e por mais que eu queira outras coisas, lugares e pessoas, sempre volto à este lugar SERSENDO antes do querer, e  que é de fazer o que deve ser feito.

 De se recorrer à natureza e tirar a Mão de qualquer mestre que me faça medo de cima da cabeça.

Deus não se manifesta em sua Totalidade através de médiuns, sim na Reconciliação e até a oração é um ato falho se não vier associada a ela. A melhor maneira de manifestá-lo é indireta, conforme a nossa força e consiste em manter a nossa raça feliz.

A ideia do bem é Una e não o contrário. Não se pode brutalizar o corpo para buscar leveza, leveza se faz com e na leveza:

 anteparo da mãe molhando o rosto do filho levando-o pela primeira vez as ondas bravas do mar

o céu e a terra comprimem o homem que medíocre na sua missão secular ouve os opostos que se catam e cantam  uma criança que se desdiz na sola de meus pés e no alto de meus punhos

A mediunidade é comum aos homens naquilo que me furta do Pneuma ao Magma, da captação ao perdão, da decifração ao abraço

a acolhida se faz no homem que toma as rédeas de sua vida e confia no que há Em Si além de seus sonhos e demitindo essa palavra é movido por outra substância e jamais teme o vazio de uma sala escura.

A mente que rege meu corpo não é um cavalo selvagem, não preciso domá-la, somente olhá-la na fronte com aquilo que é sereno e age por trás e ela percebe o que eu almejo de fato, e leva meu corpo para onde tenho que ir.

Acesso a Textura de meu destino íntimo.
  





quarta-feira, 16 de outubro de 2013




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 Alma é espírito em estado de fogo e o corpo a luz que emana desse fogo

A chuva forte, coisas caindo no chão, tropeços em meus pés, luxações, inflamações e marcas em meu corpo não me aterrorizam. Tapa na cara de criança, espancamento mútuo, depressão, botinada na boca, assédios morais e sexuais, isso me aterroriza.

Senda, cabana do mendigo: natural e extranatural.
O último retilíneo pode ser ordenado e coordenado quando não lesa a natureza:
violência controlada

Homem na beira, mais pra dentro um pouco, onda em seu peito que tensionado persiste.
Tudo que é circular em seu desenho demonstra um organismo vivo regido pelo sol.
(se o yin yang não tivesse sido superado, teria uma estrela de Davi na caixa de velas)
Pois se existisse realmente dois polos opostos, eles  se encontrariam dentro de um círculo só – a dicotomia persiste dentro de uma coisa una - , grande, redondo e total que segue e emana uma única ordem de onde convergem todas as outras que se opõem, se chocam e se entrelaçam dentro dela .
Ordem de todas as ordens.
Nunca preta ou branca, nem preta e branca, mas cinzas - ora mais claro ora mais escuro, dependendo da velocidade -, pois é a gama que se apresenta no redondo girando.
Se capitássemos esse todo com as percepções de nosso feijão, talvez não precisaríamos da escrita – que mira mas não esbarra a língua divina -, nem de mestres e guias presas ao pescoço.

Acessamos a gama total através da luz do corpo que emana o espirito antes da mascara e da sombra. (Trabalho na semente)
em linha reta segue o ar para preencher o vazio e fazer o chão num fluxo e influxo que é e nos traz ao mesmo lugar:
casa natal
paredes rabiscadas com mantras trazidos pelo vento
avenida suja e todos crescendo em volta e se meu olho não aumentasse até que se desfizesse na escuta antes da orelha eu não conseguiria ver que em tudo à um movimento evolutivo em linha reta em espiral e que cada passo dado, temos a impressão que voltamos – mas nunca voltamos ao mesmo lugar.

Uma tranquilidade nos ronda 
no pé do ouvido: tudo que era violento se naturaliza e o que horroriza se mostra  no seu lugar de monstro e o que era impressão volta à impressão e não passa disso e de sistemas de organização e quando penso que sou uma espécie guardiã da sabedoria da existência e que como heróis podemos salvar a tudo me livro de minha mente e deixo apenas a mão trabalhar me fazendo canal que ferramenta e isso que chamam de “conhecimento da humanidade” fica  dançando na frente dos olhos e só passa partido do perímetro do convexo introduzindo e reverberando no concavo  voltando vindo do interior  á toda  superfície como todos os corpos que projetam e emitem algo retomando e retornando para si.

Aos aparelhos seguintes emito a palavra cocriação que tem sua tradução em ouvir os pássaros e inventar uma língua semelhante aos seus gorjeios para poder assim esbarrar a divindade da mesma forma como ela nos atravessa.

Que seu animal encontre todos os outros e que gorjeiem todos os seus cantos como numa língua só.