terça-feira, 28 de agosto de 2012

Olhos:
mágicos que ressuscitam o que se derrubou espatifando e desfazendo-se em pedaços no chão
braços:

pinturas plenas de segredo e sabedoria
tecido selo postal foto velha palavra cortada botão e ripa
vida e beleza nas coisas mínimas




              http://costuraurbana.blogspot.com.br/

Diagrama do Homem Vivo: para o exercício-manobra de habitar

 
 
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Saga de Writer


Livro - encontro
http://issuu.com/ccjuventude/docs/folder_setembro







Medida de Cosmicidade





Na higiene que cessa o contato e a construção da casa com a própria Substância, raros são os momentos de noção do Todo – Totalidade que pode ser chamada de ver as coisas num mote só – Trama – tal como lesma que constrói a casa com a própria saliva.
 Contra as pilhagens da casa – telhado é igual a céu

em Prol dos momentos raros:
amplio paulatinamente a inspiração e aumento a medida da respiração e armazenamento de ar, sem esquecer das palavras, fluxo e contínuo, e assim aumento minha capacidade no Ar.
              -“capacidade de estar no Ar” e ”aumento minha capacidade no Ar”-
Afirmações de escopo, corpo e presença no Corpo - no Ar.
Exercício de Totalidade:
a inspiração primeira que cometemos ao nascer é por si só um conselho, uma sugestão,
sem saber sobre a mecânica da respiração e o caminho do oxigênio, respiramos uma “respiração divina” - de adivinhar,
tocados por uma potência, somos levados a um esforço “inspirador” que gera uma “força inspiradora” que nos obriga a respirar
só assim vencemos o mergulho ao contrário
Do vencimento:
Mais raro ainda são os homens que conseguem permanecer retendo esta força por muito tempo, evitando o retorno, a partida
(Salmões sobem a corredeira e quando chegam ao seu destino morrem e voltam arrastados pela correnteza por onde vieram. Quem assiste da ponte, costuma dizer que eles só querem voltar para casa, o mergulho é o mesmo)
A Inspiração (ideia) está para a respiração (inspiração e expiração) assim como os patins estão para os patinadores e se encerram - (em)cerram-se)
Interior:
Quem ensinou a respirar e quem avisa a hora de respirar?
 Quando saí da água e nasci pela primeira vez, num afogamento invertido, que inspiração me avisou que eu devia inspirar para permanecer ali naquela água nova?
O ovo de Clarice:
Um relógio biológico para a certeza e pergunta
 quem me controla?
Quem veio primeiro, a Inspiração ou a inspiração?
A capacidade de armazenar no baixo ventre tem com a capacidade de captar as Inspirações  para resolver as questões diárias, como fizemos  ao nascer.
Nascer, para nós nascidos, foi uma questão diária, como qualquer outra que enfrentamos hoje.
Dialogo entre o besbelho e a cara:
Só vamos ao banheiro e ao banco por necessidade, essa é uma das narrativas dos contos referente às carapaças - questões tartarugas e abjetas, que só quem tem a casa ambulante e a leva nas costas costumam se ater.
Desde que a vida se abriga, se protege, se cobre e se esconde, a imaginação se simpatiza com o espaço protegido. Mas a vida existe, nas dissimulações materiais até às dissimulações mais sutis que existem no simples mimetismo das superfícies. O ser se dissimula pela similitude, mas a sombra do casco é também uma habitação.
Sugiro o estudo da vírgula e das conchas para saber de depois que atravessa.
Que Noção:
Nascer é uma questão diária.
Abrimos o olho ao acordar, piscamos e voltamos sãos e salvos, conhecemos pessoas que mudam nossa vida, novos fatos, coisas, lugares, respiramos novos ares e nascemos para uma nova realidade. Tudo isso cabe  no buraco que é aberto com a expressão “mudar de vida”. È como se nunca houve e nunca haverá um mundo novo, mais sim um outro dentro deste. É no barulho do esticar, no ranger do desdobramento que está o volume do poema Mundo Grande de Drummond.
Pois se morremos, morremos uma vez só.
 Pra nascer frente as pilhagens:
amplio minha capacidade de respiração
 inspirar é sinonimo de Nascer
e nascer é Inspirar-se.
AtEstado:
se eu ampliar minha respiração, estarei ampliando minha capacidade de Inspirar-me, me tornando Ar a cada passo que respiro grande, alinhando o ventre com o concavo da terra. Concavo que corresponde ao redondo do Cosmo. O vento esculpe as nuvens e as matérias da terra.
Lição para esculpir o tempo:
assim como o fogo queima a lenha e cava sua marca na areia, o Ar cava o ventre e ganha espaço, produz espaço. O Ar cava, e essa Ar- queologia faz meditar no quanto de fora é necessário para curar o pouco de dentro. O Ar bem respirado cava dentro, tirando o que estava lá, abrindo espaço.
Conhecer as rugosidades de dentro, onde moram todos os segredos de nossa escuridão, exige uma ARqueologia. Respirando fundo, medito várias vezes que conforme o ar vai entrando, ele age como uma sonda que ilumina cada ponto que  toca, registrando e levantando, trazendo à luz, remexendo naquilo que estava adormecido, resgatando sua presença.
Dada a imagem do desvelamento, quantas repostas podem vir desta poeira levantada que se faz presente.
Aqui se mostra a demissão dos psicólogos, psicanalistas, assistentes sociais, curadores e artistas, para a admissão de uma outra coisa.
Respirar fundo é remover e renovar as impurezas.
     
Apêndice – membro e perguntas órgão(como a perna, ajuda a caminhar):
>Inspirar tem muito de expirar assim como o ouvido precede a orelha, por isso: cuidar do vento que venta da minha boca  e rondar antes da reverberação, evita tufões e tempestades que nos fazem comer as pilhas do caminho esticando o chiclete, pois “sempre tem um copo de mar para o homem navegar”(J.de Lima – jargão da bienal 2010) em tempestades que nos impedem de ir além e esticar o mundo.
>existe a anunciação de que o “estado das coisas”, surgindo de uma luta contra a pobreza, deixou de atingir seu objetivo máximo – a liberação do homem de preocupações materiais – e se tornou uma imagem obsessiva, apenas pendurada sobre o presente.
>o que o Ar tem a ver com o todo e se inspirar tem a ver com a mente, o que respirar tem com a Mente?
> O Todo é feito do quê, e se o Ar é total, o que ele tem a ver com o Todo?
> O Ar é a Mente do Todo, e respirar, é armazenar a Mente do Todo?
>Respirar é acessar a Mente?
> O Todo é feito de Alma?
>Se o Ar é a Mente do Todo e o Todo é feito de Alma e a Alma é feita de Ar, respirar é Armazenar a Alma, respirar é armazenar-se na Alma?
> Respirar nesta Consciência é se integrar diretamente e armazenar, aqui, é entrar em contato direto. Num fluxo, respirar é estar em contato com a Substância que nos permeia inevitavelmente.   
> Dentro da casa, para o exercício de habitá-la, deve existir um corpo que pode ser mais Ar do que corpo.
> Meta para a consciência comer na cuia da criança:
SOU MAIS AR QUE CORPO!
  

Quando as cumeeiras de nosso céu se juntarem

Enfim minha casa terá um telhado.


Venho a quase um ano meditando nestes versos de Paul Éluard que abrem o capítulo destinado “a casa e o universo” do livro Poética do Espaço de Bachelard e, não me lembro de ter imaginado, um dia, estar pintando uma cumeeira. Só me deparei com o que estava fazendo, quando já estava na metade da intervenção no sarau da Nossa Casa( Espaço cultural "nossa Casa",  idealizado por Micheli Pedroso Prata, Marina Caires e Berimba de Jesus). Tenho estado nesta frase cotidianamente,  meditando nela e no que o tamanho tem a ver com a vida.

Frente ao aberto da cratera, a impressão côncava me diz que nada, o tamanho nada tem a ver com a vida.

 A natureza tem sim maneiras simples de nos surpreender: fazendo as coisas grandes.

 Mas a vida é causadora de formas, a forma é a habitação da vida. A Vida, causadora de formas, forma formas viventes.

Resolvendo os pequenos problemas, aprendemos a resolver os grandes. Não há nada insignificante.

Para botar ovos nos ninhos dos outros:

Do exercício de habitar, num germe de vida, é preciso viver para construir sua casa e não construir sua casa para viver.

 A sabedoria da lesma nos ajuda a construir a casa - fortaleza com a própria saliva.


Habitar é uma construção por dentro.

domingo, 5 de agosto de 2012