segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pai #

 #uns grilhões  me apertavam o coração inaudito e sem bussola contei as linha que separam os pisos como sempre fiz e me lembrei de uma mulher antiga e atarraxada com ares perversos que condenava esse meu paraíso -  hoje aceito minha diferença.
 Passarei esse núcleo à frente – todos filhos da palavra – sem medo de ter sido escravo:

“ direto as frutas, ao seu lugar de nascimento”.

Frente ao sacrifício:

Pai, corta minha perna para eu ser Saci?

 Daquele velho comedor de nuvens até o tapa nas costas.

Librinar: foi dada uma missão que somente eu poderei realizar. Até mesmo uma linha ou uma letra tem uma impressão e uma nota característica e somente por esse motivo se depreende uma missão especial, portanto não posso ser uma existência vulgar - provo do meu valor.

Quando quero o que dizer da vida aquieto à um vizinho e esquento o peito tal como cigarro de palha e me fecho tanto que quando saio poucos conseguem me escutar.

Luzes piscam num corredor que no fim tem uma escada com todos os valores de minha pátria.

Aderência e negação: ressonâncias não se apegam a novidades e fatalidades e se diz antepassada, veste camisa e me espera na porta – essas são as bússolas e se acordam fora de hora - isso antes não teme e flutua sem querências, embarco cumprido.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

#Voz Oracular:



um amigo disse que escreve para passar por uma situação,
só escreve para passar dela

Escrita é uma passadela: é dizer demais que o cachorro não lê a casa – todos legentes do tempo

Para uma passadela tive que oracularizar Maria Gabriela Llansol, numa pergunta tão minha - lamela  onde a jaca teme mostrar o visgo organizando uma casca para si, a resposta é corte e serve mais para não degustar a fruta trazida e sim para levar onde tem a fruta, aberta a qualquer pergunta de quando se sente escravo do tempo:

“ em primeiro lugar, não é um deus, mas uma deusa. A justiça. Em segundo lugar, não sei se sou eu. Mas se for?

- Se for chama-se Barbara, Mônica, Sandra...
- Adiante!

E a deusa acolheu-me com benevolência, pegou na sua a minha mão direita, e falou nos seguintes termos:
 Ó jovem
não foi de certeza uma sorte funesta que te arrastou para este caminho, tanto mais que é um caminho desviado do comum dos homens
importa que sejas ensinado
que aprendas a ter um coração que não treme diante da verdade
nada tem de verdadeiro em que se possa confiar”

no primeiro livro que vi dicionarizei a palavra funesta e o sentido daquilo que estava empunhado na frase  para o legente insaciável(descrição-tradução da palavra escravo = chacra básico), num convite à prosperidade:

“fecha os olhos para o negro mundo fenomênico repleto de tragédias, dramas e melancolias onde reinam as mais diversas tramas ardis, dirige os olhos para o resplandecente mundo interno (antes, imagem antes das imagens, imagem Verdadeira) repleto de honestidade, sinceridade, alegria e êxtase. Aí não tem nada que possa ferir você. Aí já estão prontas todas as coisas necessárias a você”

Para que o paraíso se faça ao redor


Apreendi ignorando o resultado, incorporando o caminho na virtude do inacabado.
Esperança: inventor de ratoeiras


Benevolência: aqui é ser inquilino do Universo incorporado no cristal e na pele a roupa herdeira de todas as coisas que esse Universo possui. Foi dado esse direito num dever e numa capacidade de herdar e utilizar todas as coisas boas. Devemos cumprir e usufruir este dever.
Herdamos verdadeiramente todas as qualidades e virtudes de deus.

Terei que trabalhar meu caro bosque de inverno, pois foi escolhido o caminho que fará a diferença.
Deus para mim não poderá ser um impasse linguístico. Tenho intimidade arraigado como escrevente.

Conversarei com o corpo quando ele queimar dizendo que aguentará os mandamentos daquilo que lhe move profundamente: estamos juntos – tu é moldável, ferramenta especial, te exercito.
A cada dia que essa deusa me fita me lê mais homem
cada dia que passa pareço comigo
controlo a criança em prol

Gozar é um bom sinal: ouvidos são dados para ver além da casca
Terrível: cânfora, pimenta e arruda tapam o umbigo contra a fala colonizadora, feito escama Couraça: o voador tem seu pouso num inverno esticado
Contatos Reais: Astecas, Maias e Incas num intercâmbio com os egípcios
Para grandes construções: ativo o que vasa
Ervas: nada profana meu templo, posso transitar de camisa aberta
Tranqüilo: quem perambula sabe ver no Real
 Permaneço: os animais urram lá fora, agora percebo, grato, sem mais perguntas de escravo

Acesso a via da vida – onde ela passa.






  

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

#Na corda bamba: a vida é testada: T A T O


( não da pra saber dos outros e das coisas se não as sendo)
fervilho no estomago: estremeci frente ao Ego e diante de um deus que diz e se desdiz todos os caminho servem e o corpo estremece sem saber onde ir e aquela vontade de ruir tudo que é duro e me prende aqui: a terra, a casa. O que é sólido se desfaz. Tem um pouco de tudo.
Nesse desejo de ser a substância animal fiz uma pergunta de escravo:
o que devo fazer?
Em Repouso
Quem me acompanhará pelos campos
O sol semeia-se em diamantes de gotículas de água sobre a relva flexível
Dócil estou à inclinação do universo sereno
Dilatam-se as montanhas em tragos de sombras lilases e vagueiam com o céu
Lá em cima leve quebrou-se o encanto
E caio em mim
E enturvo-me no meu ninho
Aqui se deram algumas Presenças maiores na voz oracular de um homem que escreveu “A alegria” num fronte de batalha, vendo seus companheiros caírem mortos ao seu lado e o sangue jorrar em sua cara:
a importância de respirar grande e fundo e permanecer firme até que o chão se faça bom.
Arseni: a palavra não pode mitigar nem o lenço devolver pureza.
Quando o umbigo é maior que o outro as palavras são a realidade que te põe de volta em seu lugar: empatia e intersubjetividade aqui é pouco tomado de um senso para semelhanças> (emboried)
Um vizinho havia dito que isso ia chegar, como era na infância, mas agora sem remédio e sopros no joelho. Pesado tal como um pai dizendo para o filho copiar o “s” minúsculo igual ao da professora só para evitar problemas.
Siga, terão outros s´s pelo caminho.
A felicidade é um músculo disse o mesmo.
Para um outro ela esta numa bolha de cerveja. O baiano no conga com o charuto na boca disse que terei as cachaça e as menina pra me livrar dos sofrimentos. Mas que tenho que honrar minha demanda que é espiritual na terra e colocar o altar na altura do peito e todo dia regar o galho ceco até que ele renasça. Como na primeira cena do sacrifício.
Vinho, Poesia ou Virtude: a escolha é minha.



Mas pendi para um lado da corda como um animal que volta para restituir o seu ninho, sua fêmea e seus filhotes contra a ameaça de um predador. Nisso fui iluminado. Alto, baixo o sagrado encontra-se em vários níveis, a matéria tem espírito, tudo grudado.
Agora meu urgido soa nos arredores, estou feliz e leve sabendo que o sagrado se retoma no ato animal > sinto o ardor e o prazer de ter sido tomado.
E o espírito rasteja de volta a morada
De trás pra frente minha casa é o corpo: por essas e por outras esquilo.



#

terça-feira, 19 de novembro de 2013

# Lições dos bastardos aos bastardos: COM-DIÇÃO

Não lutar contra os monstros, sim descobrir seus mecanismos e desarmá-los pela atenção e presença, reduzindo-os à condição de conhecidos.

MONSTRO – MONSTRARE
         O amor na real, é algo tão feio que nós nos extinguiríamos se nele nos víssemos de frente.

Pra seguir:
- acusar esse desprezo e nele examiná-lo à vontade em diversos esboços.

- desenhar, pois, a união anatômica dos corpos e dos objetos em volta denunciam os cortes pavorosos do amor pleno. Só assim suportará e trabalhará nesse peso.

- renomear e denominar seu meio e após esse feito, fazer o que quiser passando à vontade do conhecimento à vida, fazendo tudo onde se sabe o que faz.
(a elegância superior está em não querer : MAGNANIMO: ouvir a voz de si tapando os ouvidos pra seguir: Tu és Ulisses) >>>ver Cânticos de Cecília Meireles e agradecer a tudo.

- ultrapassar a arte até onde a vida aparece: encarará como uma operação do ato de respirar e de viver.
construirá objetos carregados de resíduos e memórias.   

- ignorar a autoridade: em matéria de conhecimento confiará apenas na natureza e em seu juízo.

- a ação e a vida são tornadas exercícios no desinteresse de entender – (Clarice: viver supera todo entendimento) – desenvolvendo não um poder intelectual que é a relação entre coisas desligadas, mas sim o Homem de Espírito: encontraras e permanecerás na atitude central onde será (por que É) possível agir, criar e se emancipar. Lerás como se consultasse aos mortos e eles lhe ditassem numa necromancia.

-falará em línguas, glossolalias, flertará ETERnaMente com o feminino da divindade e conceberá sua língua própria, um meio de traduzi-la e comunicá-la quando necessário.

- não há revelação nem abismo, sem dúvida, redesenhar os abutres que lhe tocaram os lábios no berço da infância te levará ao rosto da Criança: encontrará um símbolo de sua sorte: saberá dizê-la.
(Abutre: um símbolo de fertilidade  – todos os abutres são fêmeas fecundadas pelo vento)


- nunca irá amadurecer completamente como se todos os seus lugares houvessem sido previamente ocupados. O espírito de investigação que lhe toma incondicionalmente será um meio de escapar à vida. Irá ignorar a existência romântica de seu coração usando ele somente como bússola, pois nada suprirá esse vazio – ele é seu assim como é comum a todos, uns aceitam e trabalham, outros não. Permanecerá até o fim fiel a sua infância.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

# Medidas Práticas de Cosmicidade:


1a - encostar a nuca nas costas e observar a cratera, respirando fundo encarando o firmamento.

2a - Observar as plantas que nascem nas frestas: analisar suas folhas e verificar nelas o que temos de planta - Comparar com a palma de nossas mãos.

3a - Tomar sol com as palmas das mãos viradas para cima para absorver maior energia(vitamina D): aplicar após observar as plantas e ter amizades com lobos.

4a - Ao chegar em casa à noite, antes de adentrá-la, encarar o céu e mirar as estrelas, uma por uma e respirar fundo como se tentasse sugá-las com o nariz- Em dias de baixas e pilhagens, tente contá-las e verás que o impossível existe.

5a - Atrair para si palavras como Azul, Aberto, Vasto e Grande.
(obs: só falar palavras benfazejas e na dificuldade de nosso tempo em realizar tal façanha, lembrar da lesma que constrói sua casa com a própria substância de sua saliva)

6a - Andar descalço sentindo o movimento da terra girando nos pés.

7a - Deitar no chão e sentir a curva do mundo.
(fazer com o céu estrelado mata duas numa só)

8a - Olhar com atenção as formigas e em seguida os pedreiros trabalhando para  verificar a lógica do mesmo.

9a - Ir no alto de uma montanha e ler poemas, sutras,  trechos de grandes livros, preceitos Hindus ou evocar cânticos e glossolalias(no caso de se querer esbarrar o feminino da divindade) em voz alta para treinar a expressão verbal em seu limite. Praticar em praias desertas gritando mais alto do que o estrondo das ondas surte o mesmo efeito. Nas grandes cidades, fazer em  terrenos baldios ou no vácuo entre os prédios - na cidade, jamais perder a oportunidade do eco.  

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prece

Imago-mundi na instauração de uma nova matéria se exprimindo na voz Originária do Espírito de uma maneira própria de exprimir e organizar o mundo invertendo o simulacro do primeiro estágio do pensamento humano indo de encontro ao Pastore deste bruno sendo sempre um Homem ressurgido nesta conversão da experiência originária que refunda o Real e estabelece uma nova Postura despontando e valendo-se da expressão do Espírito na condição de uma nova Postura no mundo.


Mundo novo

Joseph Cristo
Leonilson do Rosário
Arthur Bispo de Assumpção 
Itamar do Espirito Santo
Rubens Elke Maravilha
Antonin Gentileza
Profeta Golias
Ronald Artaud
Jesus Beuys
Rimbaud Adão
Neguinho Holderlin
Scardanelli Z/O
   

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Holderlin aos Jovens Poetas

Irmãos, talvez a nossa arte amadureça em breve,
     Depois de uma tão longa fermentação juvenil.
     Com certeza atingirá essa beleza serena
Se permanecerdes abertos ao sagrado.

Deveis amar os deuses, e pensar com toda benevolência nos mortais.
  Detestai o excesso, assim como a frieza.
  Guardai-vos de ensinar, de descrever.
Se qualquer mestre que venha a surgir vos fizer medo,
    Tomai conselho com a natureza.

#

# Movimento que se dá no poeta:

 “dificilmente o que habita perto da origem abandona o lugar”: em Holderlin

“Todos os caminhos – nenhum caminho/Muitos caminhos – nenhum caminho/Nenhum caminho – a maldição dos poetas”: em Manoel de Barros


Não se dá em linha reta, não vai em direção oposta ao centro(centrifugo), e nem em direção a ele(centrípeto), não gira em volta dele e seguindo em linhas infinitas a partir dele, no perímetro convexo – ou seja, por fora do centro –  em toda superfície, vindo do interior, projeta e emite, retomando-o e recolhendo-o novamente para si, gerando fluxos e influxos de partículas emissoras emitidas de múltiplas maneiras em torno de si mesmo, como fazem comummente todos os corpos naturais.

Movimento notório às substâncias que tem qualidades de extrema sensibilidade:

Fogo que se aquece por todos os lados e o seu meio ao redor se ilumina em todas as direções
O som e a voz que toma seu redor de maneira homogênea.

O que diferencia o poeta dos outros corpos naturais?: N A D A.

Em Epidermias de Ângela Castelo Branco  o encalço desta encruzilhada é seguido, perfurando e amaciando a essência em prol de renová-la:

“Na costura dos silêncios, recebe-se a missão de ser poeta.
Aceita-se ou não.”

Aceitação aqui é a palavra para descrever a substância que se move no criador e o faz emitir a fim de dizer e partilhar aquilo que lhe move e é extremamente sensível.

Edson e a lâmpada.

Leonardo e a asa de morcego costurada no dorso do lagarto.

A necessidade de atravessar sem molhar meus alimentos e a construção da ponte.

Para emitir estas partículas, é produzido um tipo de aparência, simulacros e acidentes sensíveis que se propagam ligados, mesmo quando afastados de suas substâncias centrais e estruturais.

*via para verificar o nível de acesso à “Origem estrutural” e como este acesso pode ser transmitido e compartilhado: Poema aqui é se dar em níveis de acesso à essa “Origem”: 
Abertura ancestral(Racho), Imagem Verdadeira(Buda), Espírito Universal, Célula Mãe(hematopoiesis), Grande Mãe Natureza, dependendo da Aceitação e em que  nível ela acessa e pode ser transmitida e partilhada.

Estas partículas emitidas e emissoras, são emanadas e emanam tal como coisas que ficam guardando seu cheiro por muitos anos, concentrando em si memórias, em despeito de seu pouco volume e leveza:

Caixinha com joia dentro, frasco de vidro vazio, garrafa de refrigerante de vidro, alfarrábio, cheiro de roupa guardada e de mofo, foto velha, selo postal, poney e o matadouro de cabras, cheiro das primeiras vaginas, convite para um sorvete, cadernos de desenho antigo, unha riscando a lousa, aquele filme, gosto de água, mato que pinica a perna, skate tubarão, livro de seres imaginários e por último a maior, a nudez.

Movimento esse que emana qualidades e virtudes sensíveis na atmosfera de maneira esférica e volátil, operando sobre o corpo e os sentidos, mas também sobre as profundezas do espírito atingindo lugares recônditos onde induz afetos e paixões.

Isso é evidenciado em ervas, raízes e minerais e é o mesmo que acontece com os fascínios do olhar e nas operações ativas e passivas do golpe de um mal olhado, grande e gordo e e também em dragões que matam homens com a força do olhar penetrante.(outdoors e mensagens subliminares)

São por esses movimentos que o poeta troca de pele e muda de rosto e de corpo alterando seu estado constantemente, sem poder cessar.

 São essas operações naturais que atuam em todos os corpos de maneira sensível e que nele se dá sem bloqueios, pois ele sabe dessas metamorfoses como ninguém e cuida, trabalha, respira nelas respeitando-as, mas sem se submeter inteiramente a elas, cocriando com elas formas de estar em estado de SERSENDO .

Submetido a essa Metamorfose correspondente ao Corpo Etéreo, ele se faz mutante frente ao corpo social, trocando subitamente de estado sem se fixar ao estabelecido, recriando um lugar que seja sistematizado e imposto por ele, num traquejo similar a um equilibrista que se mantém tensionado na corda bamba, permanece no antes do moldado, no lugar que molda e sabe que a palavra é uma massa mole, o cérebro é uma massa mole, o corpo é uma massa mole e que a matéria e a realidade de qualquer espécie, segue as leis regidas por uma força anterior que esculpe todas as outras que lhe sucedem.

E afirma ao Corpo Etério: somos um só, atuo conforme suas leis, sou regido por aquilo que te rege, atuo naquilo que nos orquestra nessa grandiosidade, respiro essa grandiosidade,escuto muito obrigado!

E afirma ao corpo social: o que imponho a mim mesmo, é levado mais a sério por todos, do que o que me é imposto por constrangimento, estamos juntos, somos um só perante esse aberto que rege.

E afirma ao corpo: Muito Obrigado ferramenta potente, seguimos aquilo que nos move sem distinção, somos colados, por isso nos compreendemos, você me respeita e eu te respeito, juntos trabalhamos e seguimos esta orquestra divina, somos Amorfos, Moventes, por isso vivemos em Harmonia.

Tomado por essa corrupção que atinge todas as coisas de maneira natural, não sendo essa mutação mais do que alteração e dissolução, vive o risco desse movimento, na Aceitação que faz ver, ouvir e falar contra qualquer tipo de negligência.

Piloto do Caos: Poeta que atua sem medo de vestir as Sete Peles.

Apontamento do RISCO: movimento vivo que cresce e se revigora enquanto a atração (influxo) dos elementos compatíveis excede a dispersão e o escoamento (efluxo) e envelhece e decresce enfraquecendo-se quando o influxo dos elementos estranhos e o efluxo das partes naturais se intensificam.

Escritura, Velhice, Loucura, Morte e o outro lado dentro desse mesmo: no fim e em momento mais produtivo sempre a corrupção atinge as coisas, não sendo a Mutação mais do que alteração ou dissolução.

Me cerco de tudo que preciso para dispersar e emanar a essência, na medida de Vida,  observo isso no Grande e vejo em que momento estamos nesse movimento divinatório.

  
 










Revisita


#

#
A voz é sempre divinatória e por mais que eu queira outras coisas, lugares e pessoas, sempre volto à este lugar SERSENDO antes do querer, e  que é de fazer o que deve ser feito.

 De se recorrer à natureza e tirar a Mão de qualquer mestre que me faça medo de cima da cabeça.

Deus não se manifesta em sua Totalidade através de médiuns, sim na Reconciliação e até a oração é um ato falho se não vier associada a ela. A melhor maneira de manifestá-lo é indireta, conforme a nossa força e consiste em manter a nossa raça feliz.

A ideia do bem é Una e não o contrário. Não se pode brutalizar o corpo para buscar leveza, leveza se faz com e na leveza:

 anteparo da mãe molhando o rosto do filho levando-o pela primeira vez as ondas bravas do mar

o céu e a terra comprimem o homem que medíocre na sua missão secular ouve os opostos que se catam e cantam  uma criança que se desdiz na sola de meus pés e no alto de meus punhos

A mediunidade é comum aos homens naquilo que me furta do Pneuma ao Magma, da captação ao perdão, da decifração ao abraço

a acolhida se faz no homem que toma as rédeas de sua vida e confia no que há Em Si além de seus sonhos e demitindo essa palavra é movido por outra substância e jamais teme o vazio de uma sala escura.

A mente que rege meu corpo não é um cavalo selvagem, não preciso domá-la, somente olhá-la na fronte com aquilo que é sereno e age por trás e ela percebe o que eu almejo de fato, e leva meu corpo para onde tenho que ir.

Acesso a Textura de meu destino íntimo.
  





quarta-feira, 16 de outubro de 2013




#

 Alma é espírito em estado de fogo e o corpo a luz que emana desse fogo

A chuva forte, coisas caindo no chão, tropeços em meus pés, luxações, inflamações e marcas em meu corpo não me aterrorizam. Tapa na cara de criança, espancamento mútuo, depressão, botinada na boca, assédios morais e sexuais, isso me aterroriza.

Senda, cabana do mendigo: natural e extranatural.
O último retilíneo pode ser ordenado e coordenado quando não lesa a natureza:
violência controlada

Homem na beira, mais pra dentro um pouco, onda em seu peito que tensionado persiste.
Tudo que é circular em seu desenho demonstra um organismo vivo regido pelo sol.
(se o yin yang não tivesse sido superado, teria uma estrela de Davi na caixa de velas)
Pois se existisse realmente dois polos opostos, eles  se encontrariam dentro de um círculo só – a dicotomia persiste dentro de uma coisa una - , grande, redondo e total que segue e emana uma única ordem de onde convergem todas as outras que se opõem, se chocam e se entrelaçam dentro dela .
Ordem de todas as ordens.
Nunca preta ou branca, nem preta e branca, mas cinzas - ora mais claro ora mais escuro, dependendo da velocidade -, pois é a gama que se apresenta no redondo girando.
Se capitássemos esse todo com as percepções de nosso feijão, talvez não precisaríamos da escrita – que mira mas não esbarra a língua divina -, nem de mestres e guias presas ao pescoço.

Acessamos a gama total através da luz do corpo que emana o espirito antes da mascara e da sombra. (Trabalho na semente)
em linha reta segue o ar para preencher o vazio e fazer o chão num fluxo e influxo que é e nos traz ao mesmo lugar:
casa natal
paredes rabiscadas com mantras trazidos pelo vento
avenida suja e todos crescendo em volta e se meu olho não aumentasse até que se desfizesse na escuta antes da orelha eu não conseguiria ver que em tudo à um movimento evolutivo em linha reta em espiral e que cada passo dado, temos a impressão que voltamos – mas nunca voltamos ao mesmo lugar.

Uma tranquilidade nos ronda 
no pé do ouvido: tudo que era violento se naturaliza e o que horroriza se mostra  no seu lugar de monstro e o que era impressão volta à impressão e não passa disso e de sistemas de organização e quando penso que sou uma espécie guardiã da sabedoria da existência e que como heróis podemos salvar a tudo me livro de minha mente e deixo apenas a mão trabalhar me fazendo canal que ferramenta e isso que chamam de “conhecimento da humanidade” fica  dançando na frente dos olhos e só passa partido do perímetro do convexo introduzindo e reverberando no concavo  voltando vindo do interior  á toda  superfície como todos os corpos que projetam e emitem algo retomando e retornando para si.

Aos aparelhos seguintes emito a palavra cocriação que tem sua tradução em ouvir os pássaros e inventar uma língua semelhante aos seus gorjeios para poder assim esbarrar a divindade da mesma forma como ela nos atravessa.

Que seu animal encontre todos os outros e que gorjeiem todos os seus cantos como numa língua só.

terça-feira, 17 de setembro de 2013


as coisas giram em torno sem a culpa da terra
vento na copa
vibrar com as cascas no corpo

nunca vi arvore cair de velhice

destino é marca
e Eu só oferenda

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

a casa aspira a montanha, seguindo a logica de onde a caverna habita

# compartilhada

A tensão não é uma medida de igualdade, mas de relação. É a sua perda, o distensionamento, que estabelece a doença. Optar pelo "bom em  maior medida do que correto" em desarmonia com a tensão, perdendo a mesma, é estar diante da culpa e da violência. Optar pelo "correto em maior medida do que bom", é apego e depressão.

Não está em  jogo aqui uma luta, "bom" versus "correto", nem entre "alma" e "corpo", mas sim esta tensão na profunda dependência entre um e outro.


#
mudar de casa para descansar a terra e trabalhar a semente um passo de cada vez e
cumprir com o pé firme e com o próximo passo - sopé, cumeeira e a fumaça da chaminé -
substituindo a dúvida por certeza e a melancolia por coragem.

Respirar até que o chão se faça:
nascido, trair o pai mantendo a casa em pé, ou honrar a semente que expia mandada a fazer o céu de teto e o pé na estrada  numa epifania (decifrar seu dorso e ir além de seu colo)
Respirar até que o chão se faça:
honrar o bastardo, não permanecer no lugar modelar e estreito, rasurar mais uma vez produzindo o melhor individuo: fora do núcleo o agora não precisa de homens com contorno e nem de véus que cubram o rosto e nem de rosto que cubra seu osso e o que esta dentro do osso: o que é impuro pode tornar-se mais puro do que aquilo que já é puro por natureza.
A noite produz esperança

benta, consubstancial e esquemática, assim como ela apalpá-la, construir uma ponte entre ela e nós, seguir o inventor, o grande estrangeiro que adentrou minha casa e currou minha mãe:

vários modelos de antenas verticais, direcionais e colineares - moveis e fixas - para faixa do jovem cidadão que recepcionava e indigno cobria a cabeça  com o cobertor: comunicações e telestrada.
Para obter o máximo de sua estação consulte e ao encostar a cara e cerrar os olhos naquilo que havia roubado dele do lado de seu trono li:  a parte "inteligente" no circuito é de minha responsabilidade.

Respiro fundo e permaneço na esperança dessa noite onde reconheci o próspero guardião de entrada (diferencial) e de saída(complementar), linha "comum" ou "terra" - são muitas as possibilidades do circuito,
apalpar a encruzilhada, a fenda - ela prefere terraço, plantas e a vista -, decifrar
                                                                                                            não afirmar
                                                                                                          não negar
                                                                                               vazio = pureza
MANTRACESSO

pincel zero pincel rezo

cosmolábio para recepcionar o pífio

                                                                                                    
                                                                                                                                         
Respiro fundo e o chão se faz








terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nem isso nem aquilo
apenas tudo que esbarra essa cuia:
palavras pessoas e coisas não aspiram significar
mas a ser


amigos passam pela janela
dando ouvidos

e quando estou sozinho
energizo pedras crio formas mágicas amuletos verbais talismãs linguísticos e escapulários sonoros

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

o presente se manifesta sem medidas

a Alma é um tigre: pedra que se descobre na maré baixa prestes a levantar e sair andando mar à dentro maior que ele

poeira de futuro é alma



sábado, 10 de agosto de 2013

Dharma Samu

                  sentido rio grande
                como um energúmeno
       prefiro perder do que viver apressado

                              com terra
                    respeito o que mescla
                    preciso do breu
                    voltar os pés à ardose
                    e bater cabeça
                    não é possível que isso tenha acabado

      a cada descarga d'agua uma calcificação
Tem o desvio
- olhar ao contrário
de dentro do diamante
traindo o corpo-
e tem o desvio do desvio

sigo essa Criança
a lua está cheia
de resto nada faltará

compartilho meus prazeres
-glórias ao fim da tarde-
 mesmo que isso só leve o nome de arte

os cavalos  de aço que passam na avenida
acelerados não tiram o sorriso de minhas crianças

mesmo que não entendam
a pedagogia desse terreno baldio
jamais viverei um conto natalino de Charles Dikens
Roberto Piva cantando cantigas ao violão numa cantina italiana, calculado como tentar apagar provas cabais de um guia sobre a metamorfose no meu rosto se transformando nas pessoas ao redor, demitindo a palavra empatia, pois quando caíram  os véus, um por um eu não tinha rosto e era tudo inscrito em mim e não dava margem as possibilidades que não existem e são apenas coisas que se fala, se bebe e se come, uma pedra que ronca. Ao receber uma notícia fiquei sem chão, mas não fazia mais diferença: não preciso de chão para caminhar nessa história de Charles Dikens por isso jamais cruzarei uma estagnação energética, prezo o fluxo, a bolinha do olho:

só um troncho precisa de um lago ou um espelho para ver o próprio rosto

notas sensíveis ao toque

Mesmo que meus ossos estalem na frieza de meus dedos e minha casa corra risco e a sabedoria se bifurque na sensação de inércia incondicional que me toma na evidência entre a cratera e o peso axial




rio da borrasca

notas sensíveis ao toque

O movimento de terra girando um barulho ON me fazendo não dizer e esse nada me dizendo: ESTAMOS TRABALHANDO INDEPENDENTE DE você. Basta fechar os olhos e sentir essa chama que trama e saberá na sua pálpebra que livros telas e qualquer ação valem pouco perto do inacabamento desta obra provisória que boia. Caímos nas impressões e nos abusos dos sentimentos que nos fazem afirmar enganosamente como um jabuti na mão da Criança: a obra está pronta.



Somente o trabalho destrói este abuso.

terça-feira, 25 de junho de 2013


Encontro: o filho o pai e a volta que dá e aquela japonesa e mesmo que eu fuja, ele pede por ela. Hoje tentei querer me suicidar mas daqui mesmo sei que se me der à passagem ela voltará pois não existe passagem quando é o olho da nuca que dita e não aguentaria ver você crescer e eu aqui substância sentindo a mesma dor no estomago de agora. Por isso  um homem  veste tudo aquilo que lê, não por ele mas pelos disléxicos rejeitados nas escolas públicas que crescidos não constituem renda fixa e atrasados se preocupam com outro tecido, outro tempo, outra mãe. Não quero nada, tudo que me quer quer em mim. É isso que o curso não entende. Não amo como os homens amam - palavra amor só esbarra no amor - me esbarro e materializo pelos diagnosticados: me vi pai nosso e não poderei segurar tudo isso que não vejo mas morrerei tentando por que nisso tudo cabe e por isso dou na matéria e malaxo até que me sirva para mostrar isso nisso. Inevitavelmente procuro o ventre em todo lugar e enquanto não meditar todos os mantras que faço não superarei esse presente que talvez tenha ganhado no corredor daquela escola enquanto esperava - eles roubaram todos os meus chapéus e sem chapéu na época me sentia pelado: sensação de estar sem véus. Hoje aceito isso da boca do anjo que me sopra que é melhor não ter rosto.  Parece que tenho de provar que existe algo além da máscara que me sufoca e que as pessoas a minha volta tanto ama e me fazem ver que vivo de casa para o trabalho contracenando muito bem. A empatia não me deixa desprezar, talvez seja por isso que não sou poeta e não domino a língua e não consigo fazer a travessia para o outro lugar por que vejo este lugar aqui, dentro desse outro lugar, colado e dançando e um esforço é desnecessário. As  letras ainda dançam na minha frente, para mim desenhar é mais fácil e esse é o caminho que aprendi quando tinha que tirar quando não cabia dentro e debulhava as últimas folhas do caderno da escola só para não olhar para frente, para não te ver. Essa exclusão toda me fez perito em acolhida e isso acontece com a luz do sol plantas buracos pessoas e por ai vai. Talvez isso tenha acontecido não na escola, mas em outro corredor fundo escuro e úmido, quando me (d)escolaram da placenta ou quando sucessivas vezes fui descolado de minha vida - cada vida um rosto, um véu. Por isso sossego e permaneço aqui assim decifrando dentro de minhas pálpebras o paço fundo de minha nuca, não há outra forma de lidar com as arestas - os terapeutas tentam mas presos a palavra e ao sonho não dão conta da fundura do inacessível, pois creem no inacessível.  Me resta adentrar a palavra Recepo pois o homem roubado nunca se engana: a semente descansa no segredo da terra.



roubo: só uma sensação
recepo: palavra para estar dentro
sonho: engano na estratégia de um design de interior
devaneio: mora mais coisa aqui
esforço: só serve para filosofia que pretende um "para viver"

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Partiu um trem desgovernado, dinâmico, com sua estrutura medida, metálica, sintética, polida e bem preparada, rumo  a imortalidade biológica e a conquista espacial - o trem da arte contemporânea. Cheguei depois da partida. Este retarde me fez perder o lugar e ficar, vendo o trem partir até  perde-lo de vista. Na linha, uns riscos inscritos diziam: este é o seu lugar sem lugar.  





Espaço compartilhado















Por uma saúde cósmica




Recepo







sábado, 4 de maio de 2013



Desenhar: asa norte

para as estrelas , não passamos de uma estrela


Crucial: Fluxo#

“Antes da liberdade de expressão, liberdade de ter expressão.”

Esquecer

versus liberdade:

rio, partícula invariável, outro

Dois caminhos acerca :

1 fazer girar as alavancas e examinar os bonecos animados com uma atenção sorridente como se se divertisse com sigo próprio e com o que o conduz aqui.

2 ser o mais atraente, aquele cujo menor movimento revela um amor de si mesmo profundo e aveludado.

Posso dizer o que quero?
Olhos como botões da bota. Mal entraram, mostram-se a vontade numa relação entre a qualidade da luz.

Posso escutar o que quero?
Satisfeito a mascara da gravidez, contente para além de sozinho e, frente a certas conversas espessas e largadas ao perigo de um odor que se esvai ao menor gesto, superar a angustia e o estranhamento.
Recepcionar e partir de qualquer lugar.

Asma: fantasma; asma da fantasia.

Cavando, não há sintaxe sem calcificação 

terça-feira, 16 de abril de 2013

pedagogia do aberto
borboleta nos dedos e folha da árvore na capa do caderno
para saber que passaros voam e comem por que acreditam
 prateleiras medindo as distâncias de acordar e demitir a palavra sonho
  nada que psicologize
isso é outra coisa  

-  de dar asco nesse tempo de se livrar da mente que assola a fronte tal como pegar o rio com uma caixa - sempre muda o curso

querem a cura a qualquer custo mesmo que a ferida reveze o lugar

esquecem o anteparo e a asa dada
apalpar e prescindir de qualquer porto  


sem receita
escuto medirem as distâncias

domingo, 3 de fevereiro de 2013


 
“A verdadeira substância de um poeta, aquilo que nele transparece como inconfundível, forma-se, acredito, em algumas poucas noites que se distinguem de todas as demais pela intensidade e pelo brilho. São aquelas raras noites em que o poeta se sente coagido, mas está tão consciente que é capaz de se perder na sua própria plenitude. O espaço sideral escuro de que ele é feito, para o qual ele percebe espaço sem ainda conseguir conceber o que contém, subitamente começa a ser penetrado, por um outro mundo, um mundo articulado, e o choque é tão violento que toda a matéria que nele gira, dispersa e abandonada, começa a brilhar num mesmo instante. É o instante em que as suas estrelas interiores se apercebem umas das outras por cima de vazios tenebrosos. No instante em que elas sabem que existem, tudo se torna possível. Então pode começar a linguagem de seus sinais”.  
 
 
Elias Canetti

 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Da essência

 inominável força que me rodeia
livre da mente

queimei a ponte que atravessei
..

céu de verão que balança certeiro
nuvens ansiosas


 virgula que disponho a arder no tempo


...

firmeza que pesa na fronte
e a água que branda venta na nuca

anima
num eixo que me carroça 


...

água da veste prata do dia
dois pés no peito
interpelado por um devaneio
 
vivo inteiramente entregue