#o rugido do leão empilha a realidade e meu avô soa no meu
cangote que a cada vez que desregro os sentidos chego mais perto de minhas
visões – impossível comer merda sem tê-las. Muito Obrigado Dioniso por esse lugar
de ser o Outro, sinto seu espírito forasteiro e vejo o seu vulto - caminho do
excesso e ele nos leva a sabedoria: poeira embaixo da estante, bola prestes a
ser chutada contra as portas agudas de uma velocidade sedenta por mais alguns
metros – unidade acolhedora.
Fato: as leis constroem masmorras, grilhões em volta da
árvore e a religião com seus tijolos erguem bordéis.
O que sabe desse modo comete pecados e ele é puro queimando
todas as manifestações: inflamações e para-fimoses da moral.
Meu filho dorme sem tomar banho e nem ouve meus gritos de
alegria nesse acesso à primeira casa – acesso sem fatos.
Confio nesse caminho nada persecutório – em mim e nos Outros
as concessões nos abandonam aos cantos:
MANI MANI heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiinnn Mani mani
Honro os mantras da tarde e uno as divindades a noite, sem
compromisso – o desregramento me trouxe aqui hoje e nele atendo as demandas
internas:
Peso que cobra a lombar
Jogo de se encontrar
Cometo este crime da ascese
Depois da linha Pedro decifra as manchas do armário velho, o
mesmo da fábrica de meu avô, será que vi nelas o Pedro decifrando-as? – um dia
decifrarei esta mancha.
Sempre me dei mais a ervas doces e capins cidreiras, Giordano
Bruno, Sto Agostinho e Artaud - eles riem de mim ao fundo -, vagaroso como o
canto dos pássaros em revoada quando o leão ruge as 3:45, todas as madrugadas e
me lembra que para desenhar esta planta, não posso aderir a pressa dos
homens.