segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

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#o rugido do leão empilha a realidade e meu avô soa no meu cangote que a cada vez que desregro os sentidos chego mais perto de minhas visões – impossível comer merda sem tê-las. Muito Obrigado Dioniso por esse lugar de ser o Outro, sinto seu espírito forasteiro e vejo o seu vulto - caminho do excesso e ele nos leva a sabedoria: poeira embaixo da estante, bola prestes a ser chutada contra as portas agudas de uma velocidade sedenta por mais alguns metros – unidade acolhedora.

Fato: as leis constroem masmorras, grilhões em volta da árvore e a religião com seus tijolos erguem bordéis.
O que sabe desse modo comete pecados e ele é puro queimando todas as manifestações: inflamações e para-fimoses da moral.

Meu filho dorme sem tomar banho e nem ouve meus gritos de alegria nesse acesso à primeira casa – acesso sem fatos.

Confio nesse caminho nada persecutório – em mim e nos Outros as concessões nos abandonam aos cantos:

MANI MANI heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiinnn  Mani mani

Honro os mantras da tarde e uno as divindades a noite, sem compromisso – o desregramento me trouxe aqui hoje e nele atendo as demandas internas:
Peso que cobra a lombar

Jogo de se encontrar

Cometo este crime da ascese

Depois da linha Pedro decifra as manchas do armário velho, o mesmo da fábrica de meu avô, será que vi nelas o Pedro decifrando-as? – um dia decifrarei esta mancha.

Sempre me dei mais a ervas doces e capins cidreiras, Giordano Bruno, Sto Agostinho e Artaud - eles riem de mim ao fundo -, vagaroso como o canto dos pássaros em revoada quando o leão ruge as 3:45, todas as madrugadas e me lembra que para desenhar esta planta, não posso aderir a pressa dos homens.