domingo, 15 de novembro de 2015

o oco:  manchas sem contorno que
se movem  -  cacau e zinco  



                                                            

domingo, 8 de novembro de 2015

DIA(G)DRAMA de ARTAUD





criança vindo do caldo da cagoeira
largo da presença de um pano ralo esticado








uma chuva cai lá fora e aumenta o ritmo

Nisso

três orações sucessivas para a suplantação do tempo horizontal(diz em horas) e acessar o ativo repouso da poesia instantânea de um tempo vertical-lírico (sem o eu) e rítmico (dança música-vinda):

1) habituei-me a não referir o tempo próprio ao tempo dos outros - quadros sociais da duração foram rompidos.

2) habituei-me a não referir o tempo próprio ao tempo das coisas - quadros fenomênicos da duração rompidos.

3) habituei-me a não referir o tempo próprio ao tempo da vida - se o coração bate, se desponta alegria ou alergia, pouco importa - quadros vitais da duração rompidos.

nisso, sublimar

o apelo-arte não é o último recurso da tendência sexual.
aPelo-contrário: a tendência sexual já é em si uma tendência estética.

nisso: a sublimação ativa de todas as tendências

Nisso,
a tarefa de fazer no si mesmo a psicologia do criador em uma tentativa inovadora. Não um deus cansado, sim um mini deus atleta de várzea.

a função individual é enganar-se

E nisso, a leitura levinaziana em nós é um delírio que não deve ser deixado.

o erro não pode ser continuado sem dano

o sucesso não pode ser contínuo sem danos, riscos e fragilidades:

Nisso: mutilados passam a ver por multi-lados

A fra gi li da de deve ser intensificada

 o homem roubado nunca se engana, se diz em arte

ir do estado camisa aberta e samba da danação ao estado descalço do primeiro nascido numa inexorável saúde cósmica

e nisso, a noção evolucionária é ondulatória
                                                                                                                         Enxofre
 nisso a aranha , o oito deitado, a carta da justiça, zona mercúrio, o entre <  
                                                                                                                          Sal


ao caos dos acontecimentos e das matérias








D E V A N E I O







Devaneio

11 -      Caixa arquivo com fórmica
- mandar fazer
-achar uma mesa e fazer a mão
- forro igual meu primeiro caderno – fantasia de carnaval

(Cinta mãe, presílias e algo que proteja as cartas – suporte de papel cartão para as as pessoas tocarem: conservação –tempo * solucionar)

2 – Livro caixa
-fazer a mão
- pode ser de fórmica

(cinta mãe, dobradiças, presilha de fichário grande, madeira compensado revestido de fórmica, acolchoado/forrado como meu primeiro caderno que fiz com minha mãe = pedir ajuda a ela e fazer junto; *suporte para as cartas/ presilha de plástico; *papel cartão duro ; *pensar/ solucionar os textos atrás)

3 – Livro caixa fechado

- Devaneios imagéticos repletos de imagens que se sobrepuseram encavaladas, uma após a outra, criando uma sequência.

- Devaneio-vontade: solução disposta para a realização de um impasse da vida. Apesar de não haver a sensação de lembrança objetiva, funcionou como tal. (ver Bergson in lembrança do presente)

- Imagens naturais: fui tomado pelas imagens - num processo natural de imaginação. Só não foi mais puro por conta que foi impulsionado por uma reflexão( leitura de Schopenhauer  pag.20,).

- Devaneio/imaginação propulsora por conter ou por despertar desejo de manifestar-se vide uma necessidade material. Vale identificar uma dança que incerta a presença do desejo que hora está na imaginação e hora naquele que imagina. Pensar a utilidade(thelos)da visão devaneante assim como o receptor que atrai - capta- hospeda a imaginação.





Interiorização da ideia/noção de máquina: identificar o que é sentido


Desenhar é partilhar do processo do surgimento. Desenhar torna-nos aptos a uma maior facilidade em sentir o corpo, seus mecanismos-jeitos, ações e sensações físico-etéreas. Através do desenho é possível participar da criação de mecanismos, organismos, organogramas e organizações(via designer thinking, desenho de observação e desenho industrial). Este estar na base, antes do surgimento das coisas, participando do processo de surgimento das coisas, faz quem desenha estar alocado nas ondulações de onde as coisas e os seres brotam. Nesta manobra de ativar o vazio a fim de objetivá-lo( trabalho de tornar o nada – nadificativo - em objeto/coisa - objetiva), aquele que desenha frequenta  ritmos ondulantes. Uma substância só pode agir quando a sua matéria se torna nada, ou seja, quando ela volta a ondular. Aquele que desenha parece recolher-se para o estado de nadificação, onde a sua frequência volta à ante-matéria , ao anterior à matéria. Vibrando naquilo de que somos hóspedes e hospedeiros, ele modula efeitos, sensações e afetos que nos implicam a conceber a realidade( nada manifestado). Observador agente destas engrenagens, assistente desta organização interna, instalado antes de tais mecanismos em um ato anterior aos seus surgimentos - onde vibram as ondas sintonizáveis de uma água tecelã – o desenhista identifica com facilidade os estágios do surgimento  sensível-sentimental.


Por isso talvez os artistas estejam bem posicionados perante as questões terapêuticas. É a sutileza minuciosa de seu trabalho – de tornar visível o invisível - que  lhe deixa a par de realizar observações que nos levam a ações aptas a uma saúde cósmica. Frequentador do processo de surgimento, observador de dentro da episteme, aquele que cria(trabalho de mãos, pernas e boca) está apto a lidar com as sensações e sentimentos mais profundos.  Talvez também por isso as suas sugestões diagramam o mundo, sugerem desenhos interiores e arquitetam encontros com o Si, assim como com o todo e com um caminho. Talvez essa seja, e se é que existe alguma, a sua única finalidade: servir de meio para um por vir-acontecimento/situação ou coisa na realidade. Ou seja, estar a serviço da alternância - alteridade entre o mesmo situado, vigente e o outro vindouro, invisível e ainda porvir.