sexta-feira, 23 de agosto de 2013

a casa aspira a montanha, seguindo a logica de onde a caverna habita

# compartilhada

A tensão não é uma medida de igualdade, mas de relação. É a sua perda, o distensionamento, que estabelece a doença. Optar pelo "bom em  maior medida do que correto" em desarmonia com a tensão, perdendo a mesma, é estar diante da culpa e da violência. Optar pelo "correto em maior medida do que bom", é apego e depressão.

Não está em  jogo aqui uma luta, "bom" versus "correto", nem entre "alma" e "corpo", mas sim esta tensão na profunda dependência entre um e outro.


#
mudar de casa para descansar a terra e trabalhar a semente um passo de cada vez e
cumprir com o pé firme e com o próximo passo - sopé, cumeeira e a fumaça da chaminé -
substituindo a dúvida por certeza e a melancolia por coragem.

Respirar até que o chão se faça:
nascido, trair o pai mantendo a casa em pé, ou honrar a semente que expia mandada a fazer o céu de teto e o pé na estrada  numa epifania (decifrar seu dorso e ir além de seu colo)
Respirar até que o chão se faça:
honrar o bastardo, não permanecer no lugar modelar e estreito, rasurar mais uma vez produzindo o melhor individuo: fora do núcleo o agora não precisa de homens com contorno e nem de véus que cubram o rosto e nem de rosto que cubra seu osso e o que esta dentro do osso: o que é impuro pode tornar-se mais puro do que aquilo que já é puro por natureza.
A noite produz esperança

benta, consubstancial e esquemática, assim como ela apalpá-la, construir uma ponte entre ela e nós, seguir o inventor, o grande estrangeiro que adentrou minha casa e currou minha mãe:

vários modelos de antenas verticais, direcionais e colineares - moveis e fixas - para faixa do jovem cidadão que recepcionava e indigno cobria a cabeça  com o cobertor: comunicações e telestrada.
Para obter o máximo de sua estação consulte e ao encostar a cara e cerrar os olhos naquilo que havia roubado dele do lado de seu trono li:  a parte "inteligente" no circuito é de minha responsabilidade.

Respiro fundo e permaneço na esperança dessa noite onde reconheci o próspero guardião de entrada (diferencial) e de saída(complementar), linha "comum" ou "terra" - são muitas as possibilidades do circuito,
apalpar a encruzilhada, a fenda - ela prefere terraço, plantas e a vista -, decifrar
                                                                                                            não afirmar
                                                                                                          não negar
                                                                                               vazio = pureza
MANTRACESSO

pincel zero pincel rezo

cosmolábio para recepcionar o pífio

                                                                                                    
                                                                                                                                         
Respiro fundo e o chão se faz








terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nem isso nem aquilo
apenas tudo que esbarra essa cuia:
palavras pessoas e coisas não aspiram significar
mas a ser


amigos passam pela janela
dando ouvidos

e quando estou sozinho
energizo pedras crio formas mágicas amuletos verbais talismãs linguísticos e escapulários sonoros

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

o presente se manifesta sem medidas

a Alma é um tigre: pedra que se descobre na maré baixa prestes a levantar e sair andando mar à dentro maior que ele

poeira de futuro é alma



sábado, 10 de agosto de 2013

Dharma Samu

                  sentido rio grande
                como um energúmeno
       prefiro perder do que viver apressado

                              com terra
                    respeito o que mescla
                    preciso do breu
                    voltar os pés à ardose
                    e bater cabeça
                    não é possível que isso tenha acabado

      a cada descarga d'agua uma calcificação
Tem o desvio
- olhar ao contrário
de dentro do diamante
traindo o corpo-
e tem o desvio do desvio

sigo essa Criança
a lua está cheia
de resto nada faltará

compartilho meus prazeres
-glórias ao fim da tarde-
 mesmo que isso só leve o nome de arte

os cavalos  de aço que passam na avenida
acelerados não tiram o sorriso de minhas crianças

mesmo que não entendam
a pedagogia desse terreno baldio
jamais viverei um conto natalino de Charles Dikens
Roberto Piva cantando cantigas ao violão numa cantina italiana, calculado como tentar apagar provas cabais de um guia sobre a metamorfose no meu rosto se transformando nas pessoas ao redor, demitindo a palavra empatia, pois quando caíram  os véus, um por um eu não tinha rosto e era tudo inscrito em mim e não dava margem as possibilidades que não existem e são apenas coisas que se fala, se bebe e se come, uma pedra que ronca. Ao receber uma notícia fiquei sem chão, mas não fazia mais diferença: não preciso de chão para caminhar nessa história de Charles Dikens por isso jamais cruzarei uma estagnação energética, prezo o fluxo, a bolinha do olho:

só um troncho precisa de um lago ou um espelho para ver o próprio rosto

notas sensíveis ao toque

Mesmo que meus ossos estalem na frieza de meus dedos e minha casa corra risco e a sabedoria se bifurque na sensação de inércia incondicional que me toma na evidência entre a cratera e o peso axial




rio da borrasca

notas sensíveis ao toque

O movimento de terra girando um barulho ON me fazendo não dizer e esse nada me dizendo: ESTAMOS TRABALHANDO INDEPENDENTE DE você. Basta fechar os olhos e sentir essa chama que trama e saberá na sua pálpebra que livros telas e qualquer ação valem pouco perto do inacabamento desta obra provisória que boia. Caímos nas impressões e nos abusos dos sentimentos que nos fazem afirmar enganosamente como um jabuti na mão da Criança: a obra está pronta.



Somente o trabalho destrói este abuso.