quarta-feira, 29 de abril de 2015

sem saber, tomado pela subjetividade e pela querencia, fui morar num pardieiro - todos os abutres eram machos, todas as palavras rimavam, nenhum vento era fecundo e tudo era artisticamente afastado do rude e do opaco.tive que recuar perante essas libélulas e me entocar num quartinho junto ao pardo da madeira sem verniz que alimentava os cupins. ali, habitado por esta poeira, pude esbarrar novamente a antecedência de ser, habitando a fenda aberta na fala genital da casa. através disso, e somente através disso, pude fazer aos poucos com que nada mais fosse inóspito. agora novamente migro de fazenda, saído do calcário, e novamente sem lugar e sem largar o osso daquilo que trago, aprendo as rugosidades desta nova instância, sob o signo dessa diligência.estou no acolhimento, e de manhã as crianças vem ao meu encontro para curar-me de não poder recepcionar e amar. Aprendo com elas a tatear e a sujar a cara na realidade que nos cerca.

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