quinta-feira, 16 de abril de 2015

por mais que só encontre morada nos equívocos desta antecedência e por uma fatalidade ou virtude tenha me disposto somente às palavras que jorram dela - estrelas onde o descontínuo da noite me visitava e revelava as estações de uma natureza interrompida; venho amando a saudade daquilo que nuca tive e com a testa colada à janela de uma impossibilidade, vislumbro o diálogo desses universos partilháveis onde os homens não estão sós e as palavras não tem o peso terrível das coisas e a fala é sempre o encontro com o outro.  Daqui vislumbro e escuto o que dizem e em mim essa inveja tece uma oração: adentro quando a porta se abre e aceito a hospitalidade do mundo e imponho o baixo ventre ao desejo de sempre partir – guardião amigado àquilo que mais carreguei como sendo meu. E agora sei que se me fiz pilar de areia, é por que sempre aceitei ouvir o ri-timo.

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