por mais que só encontre morada
nos equívocos desta antecedência e por uma fatalidade ou virtude tenha me disposto
somente às palavras que jorram dela - estrelas onde o descontínuo da noite
me visitava e revelava as estações de uma natureza interrompida; venho amando a
saudade daquilo que nuca tive e com a testa colada à janela de uma
impossibilidade, vislumbro o diálogo desses universos partilháveis onde os
homens não estão sós e as palavras não tem o peso terrível das coisas e a fala
é sempre o encontro com o outro. Daqui vislumbro
e escuto o que dizem e em mim essa inveja tece uma oração: adentro quando a
porta se abre e aceito a hospitalidade do mundo e imponho o baixo ventre ao
desejo de sempre partir – guardião amigado àquilo que mais carreguei como sendo
meu. E agora sei que se me fiz pilar de areia, é por que sempre aceitei ouvir o
ri-timo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário