comi mesmo, aquele dia não pude resistir, a meses babava o
lanche dos outros. Não sabia o que fazer, vibrei, naquela idade o medo é junto.
Aos sete e aos setenta, se teme – líquidos conversantes na luva do estômago.
Deve-se treinar o contrário, dizem.
Mas ele quis exercer o poder, fez questão de me oprimir:
gelei com medo de ir parar no final.Resta-me o perdão e o sorriso que os tolos
merecem. Tocar o minimalismo desse trauma é inútil. Pensei na realidade dos
fatos e, parceiro do temor, vi imagens. O de uniforme sorria por dentro,
via-se. Remoia-me numa ansiedade pânica. A rede de apoio, como sempre, eram os
delírios onde contava rezava um deus qualquer: sempre um Sidarta na terra.
Visitei esse deus íntimo e só nisso pude conter-me vivo no vivo: criança dando
conta daquilo que era do adulto, adulterado. Abalado e gerado nisso de fundo e
ilegítimo, me sinto à vontade – não foi a primeira e nem a última. Sempre teci
o ventre que, sem separação, é uma mãe e um pai de dentro – linha puxada pra
perto, emergência -, aos oito já sabia da corda. Solto esta cabeça perdida e
daqui, já fé me despeço, grato ao tocar mais este fragmento.
Até nunca mais, B.P.
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