sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

rir é fácil
o palhaço repentista de chapéu azul
divulga o trem de suas entranhas
arranha a placenta do escondido e tudo fica preso por um vento:
a epifania citadina
um guarda chuva afetivo
e as fronteiras que mastigam a célula
mão na raiz bambu lã e caranguejo
lesmam uma saúde cósmica

...

tudo é uma graça
abrir os olhos mesmo que essa não seja a matriz
é uma via de passagem
o rosto calmo de minha avó cantando para a chaleira

é a respiração falando
em tempos de abundância


...

quando a fala se agride
carrega em si algo que se revista e distrata,
que distrita e nada é revisitado

a história o livro a fotografia a geografia e toda separação dos povos
o sujeito é um cavalo nóia
todo já caído por terra




um céu parelheiro relata
 uma onça  dançando no baixo ventre
e tudo pedreira uma música mais calma



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