domingo, 21 de dezembro de 2014

O nome arte é redundante para dizer de uma cosmicidade, pois toda arte pretende este trabalho e, sendo cosmicidade um nome demasiadamente vago, ele dá a oportunidade de abranger inúmeras possibilidades e assuntos, podendo ampliar e assim implodir a arte através desse alargamento.
Aqui foi abandonado o nome arte.
Apresentar estadias giratórias, por serem singulares e universais, é o trabalho objetivo (trato aqui de objetos) da cosmicidade. São objetos gonzos que acessam a memória cósmica por terem uma fidelidade psicológica, pois não se alinham com as exatidões da memória social, fazendo parte de um acordo íntimo e ancestral. Por serem dobradiços, atravessam o acordo social e revisitam o pertencimento do mundo - não o mundo do manejo, dos costumes e dos comandos sociabilizados, sim do mundo comandado pelo sol. É no esvaziamento do mundo que nos impele contra esse mundo do sol que comanda, que surgem estas ferramentas que servem para renovar o ser, dar vida e reconcilia-lo com o que nos acolheu primeiro.
Fazer visitar esta primeira acolhida - abertura ancestral onde o sol é o único dominador -, e fazer ressoar os dinamismos de entrada no mundo é a agência de tais objetos de cosmicidade.
Nessa abertura o ser se vê apto a expandir-se a cada revigoramento.
Fazer visitar este mundo da primeira vez onde moram as lembranças da infância, dando-lhes vida numa memória experimentada, afim de testemunhar o eterno de tudo: sol, céu, o cheirar e o andar, fazendo estar presente em todas as ações de existência que nos são anteriores e permanentes, é uma de suas maiores pretensões.
Fazendo uso das exatidões dos universos imaginados, assinalando a vida de maneira ilustrada como a infância é, fazendo vê-la e revê-la com suas cores e seus cheiros, esta cosmicidade visa o acolhimento e a visualização do entorno ressoante, através de uma terreno-sondagem dos universos íntimos e êxtimos.



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