Estou no mato em Pernambuco, vou se tivesse uma câmera boa.
Faço desenhos com terra, desenhos com a natureza – objetos naturais. Ouço dizer
que minha arte é baseada no registro. Após mandar fotos para os outros, sou
convidado a mostrar meus prazeres. Sabem do poeta. Sabem do poeta de acolhida
que pensa a casa e a terra.
- fui lançado a isso vendo as crianças dançarem na poça de
lama e o desenho de uma casa que desenhei com terra se esvair na água da chuva
– fui raptado pelo devaneio por isso: devaneio trampolinado pela realidade.
- agora o devaneio é findo e nessa perdição penso nas
inúmeras possibilidades da vida – visitei uma lacuna.
- nessa zona lacunar visitei vida, sinto que algo foi
expandido e esticado, deixo esta substancia tomar meu corpo no sendo do Ser –
descanso e acesso uma saúde cósmica; confiança e fruição me visitam.
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