quarta-feira, 16 de outubro de 2013




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 Alma é espírito em estado de fogo e o corpo a luz que emana desse fogo

A chuva forte, coisas caindo no chão, tropeços em meus pés, luxações, inflamações e marcas em meu corpo não me aterrorizam. Tapa na cara de criança, espancamento mútuo, depressão, botinada na boca, assédios morais e sexuais, isso me aterroriza.

Senda, cabana do mendigo: natural e extranatural.
O último retilíneo pode ser ordenado e coordenado quando não lesa a natureza:
violência controlada

Homem na beira, mais pra dentro um pouco, onda em seu peito que tensionado persiste.
Tudo que é circular em seu desenho demonstra um organismo vivo regido pelo sol.
(se o yin yang não tivesse sido superado, teria uma estrela de Davi na caixa de velas)
Pois se existisse realmente dois polos opostos, eles  se encontrariam dentro de um círculo só – a dicotomia persiste dentro de uma coisa una - , grande, redondo e total que segue e emana uma única ordem de onde convergem todas as outras que se opõem, se chocam e se entrelaçam dentro dela .
Ordem de todas as ordens.
Nunca preta ou branca, nem preta e branca, mas cinzas - ora mais claro ora mais escuro, dependendo da velocidade -, pois é a gama que se apresenta no redondo girando.
Se capitássemos esse todo com as percepções de nosso feijão, talvez não precisaríamos da escrita – que mira mas não esbarra a língua divina -, nem de mestres e guias presas ao pescoço.

Acessamos a gama total através da luz do corpo que emana o espirito antes da mascara e da sombra. (Trabalho na semente)
em linha reta segue o ar para preencher o vazio e fazer o chão num fluxo e influxo que é e nos traz ao mesmo lugar:
casa natal
paredes rabiscadas com mantras trazidos pelo vento
avenida suja e todos crescendo em volta e se meu olho não aumentasse até que se desfizesse na escuta antes da orelha eu não conseguiria ver que em tudo à um movimento evolutivo em linha reta em espiral e que cada passo dado, temos a impressão que voltamos – mas nunca voltamos ao mesmo lugar.

Uma tranquilidade nos ronda 
no pé do ouvido: tudo que era violento se naturaliza e o que horroriza se mostra  no seu lugar de monstro e o que era impressão volta à impressão e não passa disso e de sistemas de organização e quando penso que sou uma espécie guardiã da sabedoria da existência e que como heróis podemos salvar a tudo me livro de minha mente e deixo apenas a mão trabalhar me fazendo canal que ferramenta e isso que chamam de “conhecimento da humanidade” fica  dançando na frente dos olhos e só passa partido do perímetro do convexo introduzindo e reverberando no concavo  voltando vindo do interior  á toda  superfície como todos os corpos que projetam e emitem algo retomando e retornando para si.

Aos aparelhos seguintes emito a palavra cocriação que tem sua tradução em ouvir os pássaros e inventar uma língua semelhante aos seus gorjeios para poder assim esbarrar a divindade da mesma forma como ela nos atravessa.

Que seu animal encontre todos os outros e que gorjeiem todos os seus cantos como numa língua só.

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