sexta-feira, 16 de março de 2012

Manifesto no que fica



(O mar é aqui)
para se realizar aqui onde estamos, o que é
fácil na beira duma cachoeira ou numa praia deserta.





Legiões correm em busca do mar e dizem que lá está o nosso lugar. E se esquecem que só passamos por ele.

Na hierarquia - coisa que só o deserto exige - quantos dias viveríamos sem beber e comer. Sem ar não existiria dias.

O ar é tanto que se tornou abjeto.

No mar está o outro, o encontro, a nostalgia do que fomos e o desejo de ver o grande, de ver grande. - Eis o abraço largo e sorrateiro da acídia que pode nos restringir e que pode nos impedir de verticalizar o horizonte e ver grande, ver o grande aqui e agora.

(Encosto a nuca nas costas, agora!)

Esquecer do mergulho inicial, o mergulho em que até o mar está incluído, é uma
corrida cega e uma nostalgia praiana que adia o mergulho num desejo de estar sempre à beira, sempre à beira que precede e adia o mergulho.

Neste mar, que até a catinga( coisa seca que não existe em nenhum outro lugar do mundo, só aqui) está submersa, se manifestaram todos os mares.

Desvendado os segredos da catinga, fica fácil o serviço de fazer o sertão virar mar.

MA R M A R AR A R M A R E T E R N O C È U AR D E

Manifesto o mar que fica, o mar é aqui.

E se somos água
viemos para refletir o céu.


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