(O mar é aqui)
para se realizar aqui onde estamos, o que é
fácil na beira duma cachoeira ou numa praia deserta.
Legiões correm em busca do mar e dizem que lá está o nosso lugar. E se esquecem que só passamos por ele.
Na hierarquia - coisa que só o deserto exige - quantos dias viveríamos sem beber e comer. Sem ar não existiria dias.
O ar é tanto que se tornou abjeto.
No mar está o outro, o encontro, a nostalgia do que fomos e o desejo de ver o grande, de ver grande. - Eis o abraço largo e sorrateiro da acídia que pode nos restringir e que pode nos impedir de verticalizar o horizonte e ver grande, ver o grande aqui e agora.
(Encosto a nuca nas costas, agora!)
Esquecer do mergulho inicial, o mergulho em que até o mar está incluído, é uma
corrida cega e uma nostalgia praiana que adia o mergulho num desejo de estar sempre à beira, sempre à beira que precede e adia o mergulho.
Neste mar, que até a catinga( coisa seca que não existe em nenhum outro lugar do mundo, só aqui) está submersa, se manifestaram todos os mares.
Desvendado os segredos da catinga, fica fácil o serviço de fazer o sertão virar mar.
MA R M A R AR A R M A R E T E R N O C È U AR D E
Manifesto o mar que fica, o mar é aqui.
E se somos água
viemos para refletir o céu.
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