quinta-feira, 12 de maio de 2016



Ao invés de expressão um furgão velho
germes na base de uma planta
a terrível relação entre seres
o talo renovado da língua
a ferrugem e o excesso que sabe inventar-se
cachorros latindo a alta imunidade da noite  
o fogo honrando os pés gelados no piso
a poeira do vazio oposta ao vazio
mugro vencendo a polidez
a invencível meteorização acontecendo agora
e o agora acontecendo na meteorização
carne violada
audácia caleidoscópica
o inacreditável ao invés da verdade
o signo cósmico do incêndio
ser de fronteira  e não humano
ao invés de um mundo poemático de imagens
a descida no próprio mistério
na ramificação sem término e nem futuro
o contrário de beleza
massa abrupta concentrada na explosão oculta que é o espaço afetivo
versus a sedução do universo
amiúdes
não entendimento sim e o que foge
 telepatia ao Invés de falar feito galinha cacarejando
o silêncio introduzido no fazer coisas e não falar coisas
o que é a amizade
a androgenia e o nível de ser não manifestado
anterior à lembrança uterina
ou seja
ao invés de umbigo um cú
 e uma criança
 feto imaginário que condena as faculdades e a percepção
chave diversa de si
o repouso oscilante oposto à moral de escravos
o tempo que não escorre e sim esguicha
fruta nascida a pouco
mãe que sugou para si as águas do entorno
o para vento
começo absoluto e as construções de abismos que alicerçam o real
relógio interno que em si abarca as dimensões de todos os relógios
o rugido dos animais e o revoar dos pássaros que ditam as horas sem relógio
ao invés das horas o ser que em nós sonhou as horas e os relógios
núcleo ancestral
torrente que se divide e volta a reunir-se incessantemente
ao invés da precisão do universo
a via onde ele passa
o visgo da vida
 ao invés dos trilhos só os rodízios
a saturação de tudo que é tacito à fronte dos olhos

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