Uma voz foi
arraigada ao corpo inoculada antes da epiderme como se fosse o nosso
principal agente orgânico. Para ouvir o inato anterior a isso foi preciso
silenciar. O coração era um surdo invertido que tocava lento e fora do tempo do
outro lado do oceano, numa pátria desconhecida. Tratava-se de silenciar o corpo
e o mar que arrebentavam juntos na beira da praia, até conseguir ouvir o som do
que soava inaudível. Nisso surgiram os espaços de crelazer onde o para nada
pode acolher a sinceridade de nossos devaneios sem querer, repletos somente de
apetite. Foi preciso deixar emergir estas imagens que uma a uma iam saltando
acima de nossos pensamentos e só assim conseguimos sossegar a casca desta voz
que cegamente só queria e queria.
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