segunda-feira, 21 de julho de 2014

estirado num lugar qualquer
menosprezando todos os chamados
brutalizando as jóias de minha casa
fui um muro áspero onde ninguém quer encostar
nem as ervas daninhas como pragas se achegavam

entre todos os oceanos a serem vistos
eu olhava para as águas de uma bacia
ao invés de enxurradas garoas finas

ignorei as montanhas colado nos montículos formados pelas formigas
e eles me diziam: não se torture nas coisas pequenas
sê vasto e límpido como o céu


inversão antidoto para que a escrita sirva salto e veste


ereto feito cedro de  um lugar qualquer
atendo ao chamado
lustro todas as jóias de minha casa
e pulo todos os muros

buraco e cuia que vê a água de uma bacia
 e enxerga todos os oceanos
enxurrada que banha todos os rostos
verão numa rua num ponto extremo de guarulhos

admiro os montículos das formigas e agradeço
mas colo nas montanhas e ouço os cimos que me dizem:

sou vasto e límpido como o céu













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