quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

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Quem reclama da vida jamais pode ser um poeta
o poeta clama e exclama, sabe que assim materializa no tempo e espaço, sabe que assim, materializa-se no tempo espaço.

A denuncia foca nos problemas (psis e assistentes sociais, dariam suas economias para interiorizar isso), quando sugere, sugere poucas alternativas, pouca religiosidade(no sentido de religar-se – convite para remar contra a correnteza do rio).

Um poeta que é contra a TV, jamais pode citar a TV, ele em suas palavras, deve ignorá-la e assim faze-la inexistente.

– sabemos que damos existência àquilo que percebemos e, animamos o que percebemos, quando falamos/tocamos (palavra = vida – ditado que deve ser lembrado: falar da vida aumenta a vida). O contrário deve acontecer com o que queremos ignorar e fazer inexistente. Fazer existente o que está abjeto, é óbvio que é o nosso trabalho, mas não podemos esquecer do exercício contrário que também deve fazer parte - se queremos acabar com certas coisas - do nosso ofício.

o mínimo:
CUIDAR DO VENTO QUE VENTA DA MINHA BOCA

O poeta deve transcender a realidade vigente (dado) e trazendo do que imagina/vê, através da evocação das palavras, a mudança da realidade. O poeta deve propor isso, com a mesma facilidade que respira no baixo ventre, recebendo o cosmos , pois isso deve ser levado para sua vida antes que para a vida do poema, o poema deve ser a tradução intima disso, tem que ser o relato desta experiência.

(muita atenção para: através da evocação das palavras e, para redobrá-la, vale lembrar novamente Giordano Bruno em seu “tratado da magia”: “Acrescentemos ainda que é assaz verossímil que todas as doenças sejam maus demônios: pode-se então, através do canto, da oração, da contemplação e do êxtase, expulsá-los da alma - ou, através de práticas contrárias, convocá-los")

Em suma, nada aflige o poeta, ele está acima de mudanças materiais, ele é a figura do ser contente, no bojo do contentamento, o resto é conseqüência disso, na calma de ser, de ser com calma. ( Nos por menores da palavra calma. Sinta-se à vontade para cometer esse desdobramento – se tu podes é claro )

PS: a agressividade é contida em todas as coisas – plantas, animais, ar e até em nosso nascimento – por isso não devemos provocar (e sermos redundantes) um estado que é natural. O poeta sabe que participa, que veio ao mundo sem esforço próprio e assim age, só interagindo.

– o poeta jamais sugere algo se ele não está dentro dele.
Afirmando, escrevendo de modo afirmativo, o poeta se vê incorporado em suas palavras

O poeta é um passo a mais, enxerga o que ninguém vê, vai onde ninguém foi – em Hilda Hilst, mais que seus livros, me interessa muito, suas gravações de diálogos com outros planos do além, me interessa o que Hilda traz de Marduk , seu desejo de construir em suas terras, o “centro de estudos da imortalidade”(pesquiso)

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