quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

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Diriam fácil:

“Talvez um pouco de vida
Talvez por isso tão temida”

Temer a vida é grave, o poeta não teme a vida, pelo contrário, ele é a pessoa que atrai a vida para si, para assim mostrar desse chamamento para os outros.
Um poeta é a nascente da vida, se existe a vida, o poeta é a pedra que está ao redor dessa nascente, ele participa do início do rio:

O poeta sabe que a felicidade é um músculo

Sabe que deve deixar-se levar pela força de toda força viva

E refletir em tudo como um espelho vazio

E isso deve ser proposto por ele, para que todos naveguem, uns na correnteza e outros contra ela rumo à nascente.
Aí cabe lembrar-se de algumas palavras:

Empreender, audácia, braço, vontade e missão.

Será que o poeta deve transformar todos que descem a corredeira em poetas?

Será que deve chamar todos do bote para fazer uso de palavras que façam remar na direção contrária da correnteza, rumo à nascente?

O artista é um homem que contem estas palavras e rema rumo à nascente sugerida, guiado por esta pedra lateral?


Trago em mim uma pergunta imbecil, um ato ingênuo, que só uma pedra lateral pode cometer: quem não é poeta?

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