quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ARQUEIRAS ODES

não é possível que assim se vai

estou singrando a madrugada
preso à sua matéria
mas continuo no que hospeda a terra
abrindo nela um mundo cheio de perguntas
que o calar não pertenceu somente a mim

diria que olhei e vi o céu no meu coração
um tempo curto e livre abrindo meus planos
meu destino dizendo sou seu

...



Posso voar, rodopiar
de nada depende de mim
asfixiei a luxuria a ferro e luz
isso basta neste caminho
Basta crer e ver
Acredito em mim e desconfio da fuga
Ainda vejo as promessas entre a sua asa
Aquilo que você mesmo construiu

minha palavra esta machucada
Só faz jus aliada ao silêncio
mãos lavadas como na partida
espero o que já é certo



...


meus pés beiram este apelo
como meu corpo necessita ser anulado
olho aberto é impossível não escrever
vejo a água deste núcleo e esta trança interpelando-a
nós adversos
mas firmes como deve se manter neste tempo
em busca de algo que veio antes e que neste nada sim
podemos construir e manifestar o que somos
uma vontade inabalável


...


Meus dedos continuam apontando sua lente
não quero dar corda no relógio do mundo
sem ser a terra e seu combate
quero ser pisado e sentir um deus, agradecer sua delicadeza
como se abrigasse a gravidade e sustentasse tudo
esta missão é feita e me cabe antes de mim
repleta de tropeços e desconfianças
esfumaçada mas clara pra quem quer ver
é minha e jorra como nunca


...


apaga-se tudo num querer
precisei ir para lá e sentir toda esta dor que hoje
me faz odear , grato por tudo mas consumindo-me
por que quero ver brotar as estrelas da chaminé da minha casa
uma por uma, verdadeiramente sem um devaneio
se digo isso é a favor do principio

pois os desenhos deixam marcas
linhas que vão habitando os cantos
algo quente anterior à nossos corpos
caminhos escolhidos que se mostram
num apelo cheio de silêncio
e dedos fincados nos olhos cheios de lembranças


...

Entregarse - ei
Vim para te despertar
fazer quebrar as regras e correr o risco
não pode deixar isso de lado
pois estou em todo lugar que olhas agora
sem carregar nenhum tormento


...


a chama mandou me chamar
para o começo que antes já estava por vir
quem foi que disse que era fácil conquistar as estrelas
permanecer é o mais difícil em tempos de cegueira
que não se sente o calor das pessoas e o som ao redor
nesta vertigem imposta
sei que esta se escutando
eu vim de dentro

...


quero ir onde começamos
apossar esse é
esta coisa que somos
é de dentro
poderia ser só coração
mas é algo antes disso ainda


...


Não rolam
por isso que escrevo poemas
é que tudo fica dentro ali parado até sair desta forma
seus pulos e seus saltos me trouxeram aqui
nestas imagens que me são apresentadas e desloca meu ar
para esse orgulho de não ter colocado esta faca entre os sonhos
que se conhecem a tantos anos, anos a fio
fazendo esta corda visível
sei que palavras muitas vezes não comportam
assim como o pé de abacate demora 25 anos para gerar frutos

só quero meu presente escondido
meu filho merece desfrutar disso


agente se expande

...

Uma historia em curso
em páginas coloridas
o sol nos brindará com domingos
quero ganhar mais estrelas
mesmo que tenha apagado o dia inicial

fui buscar e vi coisas de me assustar
mas nada me tira deste lugar

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