de madrugada, na casa, ouve-se um ruído intenso e constante:
é um motor interminável que perpassa os cômodos e o tempo em sua constância
grave. seu lastro aterra a presença de algo, instalando no corpo uma vibração. mas
mesmo assim nada impede de relaxar, está
bem. porém, esta gravitação-corpo, os sonhos constantes e todas as reflexões
que a circunscrevem como percepções, anunciam que a dispersão material é
urgente e será inevitável para seguir em
paz, em frente. a carroceria solta a caçamba, nenhum vagão descarrila o trem,
as cortinas tem trilhos fortes, e é sabida a importância de seus rodízios. incensos
queimados à gratidão de todas as
passagens, e o giro da gancheta se cumpre.
Tecidos ancestrais:
Dourado: costurar
os micro-objetos da lembrança se debruçando sobre a hierarquia dos objetos:
abjetos, objetos – verificar o atrito dialético e a interseção-fissura nas
coisas( de testa mesmo: testar coisas x objetos). Agradecimentos àquela que
mostra o caminho(do hebraico Adail): pincel zero=pincel rezo =
ancestralidade/raiz. Na arte: norte.
Usar galhos como suporte, evitando o quadrado fórmico e estéril
da arte e suas medidas moribundas.
Deixar com que as coisas transmitam em si a dança silenciosa
de uma música inaudita, porém
existente, visível, diária e inexorável.
Fazer uma camisa com um deles, um colete com coisas
penduradas
Véus: sobreposição
velada de uma pintura-mapa de um corpo em carne viva – parece ser a única
possibilidade de beleza em pintura.
Cinza claro: uma
santa diagramada no centro sendo sondada. Aura e uma costura vermelha no
centro. Uma beleza que destrói a morbidade já costumeiramente cultivada em arte.
Em qualquer um dos
panos: mapa cartográfico com um ponto de situação escrito: estamos situados
no ponto de avivamento.
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