segunda-feira, 16 de junho de 2014

Olhar os vizinhos é se banhar no barro da palavra bairro

Paul Éluard: amante das eras
ao contrário dos que pensam
sonhava acordado

Ungaretti: véio cara de louco
andarilho que viveu para decifrar a vida e a morte na alegria da estepe

Daniel Minchoni: pedreiro amante do concreto
cabeça de lampada e antena
raciocínio particular

Lucena: atirador de fronteiras
atravessador da movença
uma bondade unívoca

Pastore: abridor
jardineiro metafísico
livro-me-livro

Manoel de Barros:
conquistador do inútil

Pedro Henrique: bufão,
cuidador dos debates entre as árvores e as borboletas

Lobot: brainstorm
toró de palpites e piloto do caos

Angela: aceitou
e vermelho é a cor das orações para uma aceitação
ter presença - escopo

Jõao Cabral: faca
rompe o sono que só dorme

Sinhá: livro de carne
me livra da carne
na carne

LLansol: oráculo
 nada precisa e abre um novo oráculo
dentro do oráculo - tradução:
a magia sou eu

Rilke: carteiro
como um pai as respostas são mar

kurt schwitters: vida aos fragmentos
de uma inércia que age
falou a língua feminina da entidade

Willer: capitão
bruxo despertador dos poetas como balsa
do caminho interno oposto ao fora
gnose

Nomura: banco de imagens, ajuntamento
como o sonho, restos do cotidiano

Nenhum comentário:

Postar um comentário