terça-feira, 25 de junho de 2013


Encontro: o filho o pai e a volta que dá e aquela japonesa e mesmo que eu fuja, ele pede por ela. Hoje tentei querer me suicidar mas daqui mesmo sei que se me der à passagem ela voltará pois não existe passagem quando é o olho da nuca que dita e não aguentaria ver você crescer e eu aqui substância sentindo a mesma dor no estomago de agora. Por isso  um homem  veste tudo aquilo que lê, não por ele mas pelos disléxicos rejeitados nas escolas públicas que crescidos não constituem renda fixa e atrasados se preocupam com outro tecido, outro tempo, outra mãe. Não quero nada, tudo que me quer quer em mim. É isso que o curso não entende. Não amo como os homens amam - palavra amor só esbarra no amor - me esbarro e materializo pelos diagnosticados: me vi pai nosso e não poderei segurar tudo isso que não vejo mas morrerei tentando por que nisso tudo cabe e por isso dou na matéria e malaxo até que me sirva para mostrar isso nisso. Inevitavelmente procuro o ventre em todo lugar e enquanto não meditar todos os mantras que faço não superarei esse presente que talvez tenha ganhado no corredor daquela escola enquanto esperava - eles roubaram todos os meus chapéus e sem chapéu na época me sentia pelado: sensação de estar sem véus. Hoje aceito isso da boca do anjo que me sopra que é melhor não ter rosto.  Parece que tenho de provar que existe algo além da máscara que me sufoca e que as pessoas a minha volta tanto ama e me fazem ver que vivo de casa para o trabalho contracenando muito bem. A empatia não me deixa desprezar, talvez seja por isso que não sou poeta e não domino a língua e não consigo fazer a travessia para o outro lugar por que vejo este lugar aqui, dentro desse outro lugar, colado e dançando e um esforço é desnecessário. As  letras ainda dançam na minha frente, para mim desenhar é mais fácil e esse é o caminho que aprendi quando tinha que tirar quando não cabia dentro e debulhava as últimas folhas do caderno da escola só para não olhar para frente, para não te ver. Essa exclusão toda me fez perito em acolhida e isso acontece com a luz do sol plantas buracos pessoas e por ai vai. Talvez isso tenha acontecido não na escola, mas em outro corredor fundo escuro e úmido, quando me (d)escolaram da placenta ou quando sucessivas vezes fui descolado de minha vida - cada vida um rosto, um véu. Por isso sossego e permaneço aqui assim decifrando dentro de minhas pálpebras o paço fundo de minha nuca, não há outra forma de lidar com as arestas - os terapeutas tentam mas presos a palavra e ao sonho não dão conta da fundura do inacessível, pois creem no inacessível.  Me resta adentrar a palavra Recepo pois o homem roubado nunca se engana: a semente descansa no segredo da terra.



roubo: só uma sensação
recepo: palavra para estar dentro
sonho: engano na estratégia de um design de interior
devaneio: mora mais coisa aqui
esforço: só serve para filosofia que pretende um "para viver"

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