Enfim minha casa terá um telhado.
Venho a quase um ano meditando nestes
versos de Paul Éluard que abrem o capítulo destinado “a casa e o universo” do livro
Poética do Espaço de Bachelard e, não me lembro de ter imaginado, um dia, estar
pintando uma cumeeira. Só me deparei com o que estava fazendo, quando já estava
na metade da intervenção no sarau da Nossa Casa( Espaço cultural "nossa Casa", idealizado por Micheli Pedroso Prata, Marina Caires e Berimba de Jesus). Tenho estado nesta frase cotidianamente, meditando nela e no que o tamanho tem a ver com
a vida.
Frente ao aberto da cratera, a
impressão côncava me diz que nada, o tamanho nada tem a ver com a vida.
A natureza tem sim maneiras simples de nos
surpreender: fazendo as coisas grandes.
Mas a vida é causadora de formas, a forma é a
habitação da vida. A Vida, causadora de formas, forma formas viventes.
Resolvendo os pequenos problemas,
aprendemos a resolver os grandes. Não há nada insignificante.
Para botar ovos nos ninhos dos outros:
Do exercício de habitar, num germe de vida,
é preciso viver para construir sua casa e não construir sua casa para viver.
dahora, as cumeeiras do céu.
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