quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quando as cumeeiras de nosso céu se juntarem

Enfim minha casa terá um telhado.


Venho a quase um ano meditando nestes versos de Paul Éluard que abrem o capítulo destinado “a casa e o universo” do livro Poética do Espaço de Bachelard e, não me lembro de ter imaginado, um dia, estar pintando uma cumeeira. Só me deparei com o que estava fazendo, quando já estava na metade da intervenção no sarau da Nossa Casa( Espaço cultural "nossa Casa",  idealizado por Micheli Pedroso Prata, Marina Caires e Berimba de Jesus). Tenho estado nesta frase cotidianamente,  meditando nela e no que o tamanho tem a ver com a vida.

Frente ao aberto da cratera, a impressão côncava me diz que nada, o tamanho nada tem a ver com a vida.

 A natureza tem sim maneiras simples de nos surpreender: fazendo as coisas grandes.

 Mas a vida é causadora de formas, a forma é a habitação da vida. A Vida, causadora de formas, forma formas viventes.

Resolvendo os pequenos problemas, aprendemos a resolver os grandes. Não há nada insignificante.

Para botar ovos nos ninhos dos outros:

Do exercício de habitar, num germe de vida, é preciso viver para construir sua casa e não construir sua casa para viver.

 A sabedoria da lesma nos ajuda a construir a casa - fortaleza com a própria saliva.


Habitar é uma construção por dentro.

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